Nesta quinta-feira (2), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores israelense, Lior Haiat, chamou a ancoragem brasileira para os navios de guerra de "desenvolvimento perigoso e lamentável".
"Ainda não é tarde demais para ordenar que os navios deixem o porto", disse Haiat, segundo a Reuters.
Tel Aviv ainda pede para o Brasil "seguir os passos" dados pela União Europeia, Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão e chamar o "[...] de uma entidade terrorista", relata O Globo.
"O Brasil não deve conceder nenhum prêmio a um Estado maligno, responsável por inúmeras violações dos direitos humanos contra seus próprios cidadãos [...]" diz a nota da chancelaria israelense.
Os comentários do Estado judeu fazem coro às recentes declarações de Washington sobre os navios.
Na terça-feira (28), o senador republicano, Ted Cruz, disse que o governo Biden deveria reavaliar a cooperação do Brasil em relação aos "esforços antiterroristas" norte-americanos e entender que o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, está "alinhado contra o interesse dos Estados Unidos".
Anteriormente, a embaixadora dos EUA em Brasília, Elizabeth Frawley Bagley, disse que Washington enxerga com "muita preocupação" a possibilidade de embarcações do Irã ancorarem em águas brasileiras, conforme noticiado.
Os navios iranianos, o porta-helicópteros IRIS Makran e a fragata IRIS Dena, chegaram ao Brasil na manhã de domingo (26) e devem ficar no porto do Rio de Janeiro até o dia 4 de março.
Anteriormente, as embarcações atracariam no Rio em janeiro deste ano, recebendo sinal verde do Ministério das Relações Exteriores brasileiro e da Marinha. Entretanto, após mudança de data pedida por Teerã e uma análise de que a solicitação pretendia provocar os Estados Unidos, o Brasil vetou a entrada dos navios.
Em seguida, após a viagem de Lula a Washington, eles foram liberados para atracar em águas brasileiras.