Depois de meses de pressão dos Aliados, a Alemanha finalmente anunciou no final de janeiro que enviaria 14 dos principais tanques de combate Leopard para Kiev. De acordo com algumas autoridades, Berlim só se moveu depois de receber garantias dos EUA de que eles também enviariam tanques.
Algumas fontes acusaram Christine Lambrecht, a ex-ministra da Defesa alemã, de atrasar a entrega de armas. Mas mesmo uma mudança de postura não resolveu o problema.
No entanto, Boris Pistorius, que é o novo ministro da Defesa, está tendo que lidar com uma Bundeswehr em um estado ainda pior do que na época do discurso Zeitenwende (de mudança dos tempos) de Scholz. As suas reservas de munições estão tão esgotadas que durariam apenas alguns dias de guerra real. As autoridades dizem que custará 20 bilhões de euros (R$ 110,17 milhões) para preencher as lacunas.
De acordo com a publicação, há também uma pequena perspectiva de que a Alemanha em breve alcançará a meta da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) de gastar 2% do PIB em defesa. De acordo com o ministro da Defesa da Alemanha, o orçamento da defesa terá que aumentar em 10 bilhões de euros (R$ 55,09 bilhões) por ano para atingir esse objetivo.
Segundo o Financial Times, o governo alemão foi criticado por não compensar a ajuda dada a Kiev.
"É muito importante que demonstremos que o material que demos é substituído no menor tempo possível, [pois] tais problemas são simplesmente inaceitáveis", cita o chefe de gabinete do Exército, Alfons Mais.
O ministro Pistorius já havia reconhecido que a Bundeswehr era incapaz de defender a Alemanha em caso de lei marcial, pois tinha uma base material fraca e pessoal insuficiente.
A Alemanha emergiu como um dos maiores fornecedores de ajuda militar na Ucrânia, financeira e humanitária a Kiev. Ela forneceu uma enorme variedade de armas, desde armas antiaéreas, obuses blindados e veículos de combate de infantaria até sistemas de defesa antiaérea de última geração.