As conclusões, divulgadas em uma declaração de quarta-feira pela diretora de Inteligência Nacional, Avril Haines, dizem respeito a centenas de casos de alterações cerebrais com diversos sintomas relatados por funcionários da Agência Central de Inteligência (CIA) e do Departamento de Estado em todo o mundo.
A doença passou a ser conhecida como Síndrome de Havana porque os primeiros casos foram comunicados por oficiais de inteligência na embaixada dos EUA em Cuba.
O pessoal relatou dores de cabeça, tonturas e outros efeitos debilitantes.
Primeiramente se pensou que os sintomas fossem provocados por uma arma sônica utilizada pela Rússia ou outro país adversário. As autoridades russas insistiram que o país não tinha nada a ver com isso.
"As agências de inteligência consideram que os sintomas relatados pelo pessoal americano foram provavelmente resultado de fatores que não envolveram um adversário estrangeiro, tais como condições preexistentes, doenças convencionais e fatores ambientais", diz o artigo, citando Haines.
Ao mesmo tempo, o diretor da CIA, William Burns, insistiu para que não se tirassem conclusões precipitadas.
"Quero ser absolutamente claro: estas descobertas não põem em questão as experiências e problemas reais de saúde que o pessoal governamental dos EUA e seus familiares - inclusive os próprios oficiais da CIA - relataram ao servirem nosso país", disse.
Os autores destacam que os relatos de incidentes de saúde provocaram pânico entre diplomatas e funcionários no estrangeiro, a tal ponto que a viagem de 2021 da vice-presidente Kamala Harris ao Vietnã foi adiada por algumas horas devido à preocupação com um desses incidentes.
De acordo com a edição, especialistas especularam que os sintomas são resultado de um ataque de uma arma de micro-ondas ou sônica.
Mas um relatório interno do Departamento de Estado de 2018 analisou sons gravados por algumas vítimas e concluiu que a fonte mais provável era um inseto, o grilo de cauda curta das Índias.
Esse relatório dizia que os sintomas poderiam ser o resultado de uma "doença psicogênica".
O relato de quarta-feira se baseia em conclusões provisórias divulgadas no ano passado que diziam que adversários estrangeiros como a Rússia não estão envolvidos nos incidentes.
Aliás, essa constatação provisória deixou em aberto a possibilidade de que atores estrangeiros estivessem envolvidos em um subconjunto de casos, diz a Bloomberg.