O fluxo de armas contrabandeadas da Europa para a África já está deixando sua marca: os ataques terroristas na África Central e Austral aumentaram 50% em 2022, em comparação com os anos anteriores, e 20% na África Ocidental. A maioria das armas ilegais está armazenada na bacia do lago Chade e na região central do Sahel.
Por exemplo, Ismail Mohamed Tahir, um especialista em segurança chadiano, teme que o fluxo de armas europeias para a África só aumente, e isso contribuirá para o aumento das tensões no continente.
"Além dos terroristas, grupos armados menores se enfrentam regularmente no continente, por exemplo, pelos recursos naturais, fazendas e minas. Até mesmo estes grupos armados estão agora adquirindo armas europeias," disse ele.
Por sua vez, Abou Bakr Abdel Salam, um analista político do Chade, observou que os movimentos rebeldes e as células terroristas eram responsáveis pelo principal fluxo de contrabando de armas.
"No Chade, por exemplo, e na região de Tibesti, as armas chegam a todos. Algumas pessoas as carregam sob pretexto de autodefesa."
Segundo ele, o comércio de armas também é ativo no Congo, na Nigéria e na região do delta. O risco de mais confrontos armados, golpes e um aumento geral da violência e da instabilidade é muito grande.
Anteriormente, Denis Pushilin, chefe interino da República Popular de Donetsk (RPD, agora parte da Rússia), revelou que as armas fornecidas pelo Ocidente à Ucrânia estão sendo vendidas no mercado ilegal, em particular para a África.