O simples fato de que ainda não foram apresentadas conclusões de três investigações ocidentais em relação às explosões na infraestrutura de gás Nord Stream 1 e 2 pode evidenciar que essas conclusões foram varridas para debaixo do tapete, disse o general durante uma entrevista ao canal francês LCI TV.
"Não temos toda a informação disponível. O que acho surpreendente é que as investigações alemãs, suecas e dinamarquesas já coletaram muitas informações, contudo ainda não houve conclusões. Por isso, pode-se supor que há conclusões que eles simplesmente não querem tornar públicas", comentou Trinquand.
O especialista militar em geoestratégia acredita que a principal questão a ser feita é: quem se beneficiou desse crime?
"O fato de o gasoduto pertencer a uma empresa russa mostra a priori que a Rússia não se beneficiaria da explosão", disse o general. Ao mesmo tempo Trinquand expressou confiança na investigação "detalhada e de alta qualidade" realizada pelo jornalista investigativo norte-americano Seymour Hersh.
Em referência a isso, o general Dominique Trinquand disse que a versão dos eventos apresentada por Hersh era credível.
"Acredito que a versão apresentada é absolutamente confiável [...] Isso não é apenas confiável, mas também verificado – todos atualmente podem fazer isso", observou ele, apontando para as atuais possibilidades generalizadas de rastreamento de aeronaves e embarcações marítimas.
"Se a Rússia estivesse envolvida nas explosões, como alguns alegaram, então a Alemanha, Dinamarca e Suécia teriam definitivamente descoberto isso durante suas investigações", explicou o especialista, acrescentando que, como isso não foi provado, "há uma necessidade de procurar em uma direção diferente".
Os ataques ocorreram em 26 de setembro de 2022 em dois gasodutos de exportação russos para a Europa ao mesmo tempo – Nord Stream 1 e Nord Stream 2. Alemanha, Dinamarca e Suécia não descartaram sabotagem. O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a explosão dos gasodutos foi um óbvio ato de terrorismo.