"Os membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte [OTAN] e da União Europeia [UE] já enviaram quase US$ 60 bilhões [cerca de R$ 312 bilhões] em ajuda militar letal para a Ucrânia, uma das partes em conflito. Isso significa que Estados-membros separados da UE e da OTAN são participantes desta guerra, embora ainda não estejam lutando", disse Kover à emissora húngara HirTV.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, alertou no mês passado que a UE poderia entrar "como sonâmbula" em um conflito armado com a Rússia enviando armas cada vez mais letais para a Ucrânia. Ele argumentou que uma solução negociada era necessária para evitar mais baixas.
Na última sexta-feira, Orbán argumentou que as nações ocidentais precisam demonstrar um verdadeiro desejo e vontade de paz se quiserem que ela seja alcançada na Ucrânia. "Essa vontade é o que falta hoje, pelo menos no Ocidente", enfatizou.
Posição húngara sobre Finlândia e Suécia
Ainda de acordo com Kover, os legisladores húngaros vão à Finlândia e à Suécia para negociações de 7 a 8 de março, enquanto os ministros da Defesa do bloco europeu e o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, planejam discutir as propostas dos nórdicos para ingressar na aliança, em Estocolmo na próxima semana.
"Concordamos por meio de canais diplomáticos que nossa delegação será recebida na terça e quarta-feira pelos presidentes parlamentares finlandeses e suecos, o Grande Comitê da Finlândia, o Comitê de Relações Exteriores da Suécia e os ministros das Relações Exteriores dos dois países", disse Kover à emissora.
O plano da Finlândia e da Suécia de aderir à Aliança Atlântica foi posto em dúvida devido às objeções da Turquia à adesão da Suécia. A Hungria juntou-se à Turquia como os únicos países-membros da OTAN que não ratificaram os pedidos. Kover disse à emissora que ambas as nações escandinavas "insultaram" a Hungria por anos e pressionaram a UE para negar o financiamento do orçamento do país.
O parlamento húngaro inicialmente planejava decidir sobre as propostas de adesão da Suécia e da Finlândia na próxima semana (6), mas a votação foi adiada por duas semanas. A presidente húngara, Katalin Novak, sugeriu durante uma viagem a Praga nesta semana que o processo de ratificação poderia ser adiado até maio.