Operação militar especial russa

Zelensky se apega a Artyomovsk para mostrar que ajuda militar ocidental 'não é em vão', diz analista

Apesar das enormes perdas em termos de homens e material em Artyomovsk, as forças ucranianas estão tentando desesperadamente manter a cidade porque Kiev aparentemente quer justificar entregas incessantes e pesadas de ajuda militar ocidental à Ucrânia, disse o especialista militar e analista político, Ivan Konovalov, à Sputnik.
Sputnik
Um jornal alemão informou recentemente que o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, e o comandante-em-chefe das Forças Armadas da Ucrânia, o general Valery Zaluzhny, têm "visões fundamentalmente diferentes" sobre a situação na cidade de Artyomovsk, conhecida na Ucrânia por seu nome pré-soviético Bakhmut.
Enquanto Zaluzhny insiste na retirada das forças ucranianas de Artyomovsk "por razões táticas", as autoridades de Kiev mantêm a posição de que é necessário manter a cidade, segundo o jornal.
"[...] A liderança ucraniana, e especialmente o Sr. Zelensky, que precisa provar ao Ocidente que as forças ucranianas ainda podem surpreender e demonstrar que a ajuda militar ocidental não é em vão", não pode deixar de se apegar a Artyomovsk, disse Konovalov.
Quando perguntado por que as tropas ucranianas continuam a manter a cidade apesar de suas enormes perdas lá, o especialista militar russo disse que "o Sr. Zelensky não se importa com as baixas das Forças Armadas da Ucrânia".

"Sua tarefa é mostrar a seus curadores [ocidentais] que este ou aquele assentamento ainda está sob o controle das forças ucranianas. E a que custo isso ocorre não importa para ele. Ele só está interessado em uma coisa: sua imagem diante dos curadores ocidentais e fornecedores de armas, porque está relacionado a quanto tempo ele estará no comando da Ucrânia", apontou Konovalov.

O especialista acrescentou que "por outro lado, Zaluzhny sabe muito bem que, do ponto de vista estratégico", a possível queda de Artyomovsk "pode resultar em uma catástrofe que vai abalar toda a linha de frente central". Konovalov sugeriu que o principal problema de Kiev em Artyomovsk é que "uma necessidade política colidiu com a conveniência militar".
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Segundo o especialista, "a situação [na cidade] é óbvia e a queda de Artyomovsk é uma conclusão precipitada".

As comentários seguiram ao anúncio das forças militares privadas do Grupo Wagner, na semana passada, de que eles haviam cercado Artyomovsk, no Donbass, após meses de combates que afetaram fortemente as forças de Kiev, desenvolvimentos que ocorrem em meio à operação militar especial da Rússia em andamento na Ucrânia.
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