No documento divulgado hoje (8), Washington frisa que, de acordo com suas análises, Pequim manterá sua cooperação em defesa, economia e tecnologia com Moscou, apesar da reação do Ocidente diante da operação russa na Ucrânia.
"[…] Apesar da reação global à invasão da Ucrânia pela Rússia, a China manterá sua cooperação diplomática, de defesa, econômica e tecnológica com a Rússia para continuar tentando desafiar os Estados Unidos, mesmo que limite o apoio público", diz o texto.
Ao mesmo tempo, o relatório considera que uma escalada do conflito para um confronto militar entre a Rússia e o Ocidente coletivo, representa "um risco que o mundo não via há décadas".
"[…] a guerra de agressão não provocada da Rússia contra a Ucrânia é um evento tectônico que está remodelando as relações da Rússia com o Ocidente e a China e, de maneira mais ampla, de maneiras que estão se desenrolando e permanecem altamente incertas."
Sobre o gigante asiático, o texto diz que a China "pressionará Taiwan para unificação enquanto Xi [Jinping] inicia terceiro mandato" e que vai tentar "minar a influência dos EUA" na ilha e na região.
21 de fevereiro 2023, 10:18
O documento ainda chama atenção para o fato de que Pequim está progredindo para igualar ou superar os norte-americanos "como potência espacial até 2045".
"A China está progredindo constantemente em direção ao seu objetivo de se tornar um líder espacial de classe mundial, com a intenção de igualar ou superar os Estados Unidos até 2045. Mesmo em 2030, a China provavelmente alcançará o status de classe mundial em todas as áreas de tecnologia espacial, exceto algumas."
Sobre a pandemia da COVID-19 que parou o mundo em 2020 e 2021, o departamento de Inteligência Nacional diz que "há um amplo consenso de que o surto não é resultado de uma arma biológica ou engenharia genética", entretanto, "o que não há consenso é se é ou não um vazamento de laboratório [...] ou exposição natural a um animal infectado."
Em relação ao Irã, o documento afirma que se não houver sanções de alívio para o país persa, a República Islâmica vai considerar enriquecer urânio em até 90%.
"Desde o assassinato em novembro de 2020 do cientista nuclear Mohsen Fakhrizadeh, o Irã acelerou a expansão de seu programa nuclear, declarou que não está mais limitado por nenhum limite do acordo nuclear [...] Se Teerã não receber alívio nas sanções, as autoridades iranianas provavelmente considerarão enriquecer ainda mais o urânio em até 90%", afirma o texto.
Por fim, sobre a Coreia do Norte, o relatório aponta que a comunidade de inteligência americana teme que Pyongyang "possa usar armas químicas ou biológicas durante um conflito ou em um ataque não convencional ou clandestino".