Panorama internacional

Especialista: EUA fazem tudo para comprometer posição da China em relação à crise na Ucrânia

A posição da China quanto à resolução da crise ucraniana é construtiva e a única possível na situação atual, mas os EUA não estão interessados nela e tudo farão para que a posição de Pequim seja encarada por outros países com ceticismo, disse o diretor interino do Instituto dos países da Ásia e da África, Aleksei Maslov, à Sputnik.
Sputnik
Aleksei Maslov observou que a China incluiu um ponto importante em sua declaração de 12 pontos sobre uma solução política para a crise ucraniana: a crise na Ucrânia pode se tornar incontrolável.
Isso significa que as consequências vão se estender a todo o mundo, do comércio às relações políticas, e a única solução que a China vê é que os países se sentem à mesa de negociações sem condições prévias, pois será muito difícil fazê-lo mais tarde.

"Neste aspecto, a posição chinesa provavelmente não é apenas construtiva, é a única posição possível nesta situação. Mas é preciso entender que a China é o primeiro grande país que não faz parte do conflito a fazer tal proposta. Washington obviamente não vai deixar a China tirar vantagem como país terceiro, que está começando a desempenhar um papel significativo na resolução da crise", disse Maslov.

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O especialista acrescentou que Washington não está nada interessada em fortalecer a diplomacia chinesa e a posição da China no mundo exterior; pelo contrário, os EUA "farão todo o possível para assegurar que a posição chinesa seja encarada com ceticismo e vista como não construtiva".
Maslov enfatizou que a China está ciente de tal oposição dos EUA, e que um grande país como a China não pode mais se abster de fazer declarações sobre a crise ucraniana.

"A China está agora começando a articular claramente quem na realidade se opõe a todas estas tentativas. Isso mostra um discurso chinês muito diferente. Porque a China costumava evitar nomear quem está exatamente se opondo ao acordo de paz. Agora a China nomeia", acrescentou o especialista.

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Anteriormente, o ministro das Relações Exteriores chinês, Qin Gang, disse em uma coletiva de imprensa em Pequim que a crise ucraniana chegou a um momento crítico – ou a paz será restaurada ou a crise se agravará e a situação ficará fora de controle.
Ele sublinhou que os esforços para facilitar as negociações sobre a crise ucraniana têm sido repetidamente frustrados, como se uma "mão invisível" estivesse contribuindo para o prolongamento e a escalada do conflito. Qin Gang acrescentou que a China esperava que a UE aprendesse com os infortúnios da crise ucraniana e chegasse à paz e à estabilidade.
Em 24 de fevereiro, o Ministério das Relações Exteriores chinês emitiu uma declaração de posição de 12 pontos sobre a solução política da crise ucraniana.
Entre os pontos principais está a necessidade de respeitar a soberania e a integridade territorial de todos os países, a retomada do diálogo direto entre Moscou e Kiev, e um apelo para evitar uma nova escalada.
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