Os comentários são a primeira confirmação de que a Coreia do Sul concordou oficialmente em, pelo menos indiretamente, fornecer componentes de armas à Ucrânia para sua luta contra a Rússia.
As autoridades de Seul se recusaram a comentar sobre os obuseiros Krabs, alimentando especulações sobre se a Coreia do Sul havia concordado formalmente ou estava simplesmente olhando para o outro lado.
O departamento de controle de tecnologia da Administração do Programa de Aquisição de Defesa (DAPA, na sigla em inglês) revisou e aprovou a transferência do chassi fabricado na Coreia do Sul do obuseiro, afirmou Kim Hyoung-cheol, diretor da divisão Europa-Ásia do Departamento de Cooperação Internacional.
"Revisamos toda a documentação e possíveis problemas dentro da DAPA [...] então tomamos a decisão de dar licença de exportação para a Polônia", disse ele à Reuters em uma entrevista na sede da DAPA nos arredores de Seul.
Anteriormente, ele ressaltou que a posição do governo é não transferir sistemas de armas para a Ucrânia. O Ministério da Defesa da Coreia do Sul observou que o obuseiro Krab é composto de componentes de vários países e que a transferência não envolve um sistema completo de armas sul-coreanas.
A Rússia enviou uma nota aos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) sobre o fornecimento de armas à Ucrânia. O chanceler russo, Sergei Lavrov, observou que qualquer carga que contenha armas para a Ucrânia se tornará um alvo legítimo para a Rússia.
O Ministério das Relações Exteriores russo afirmou que os países da OTAN "estão brincando com fogo" ao fornecerem armas à Ucrânia. O porta-voz do presidente da Rússia, Dmitry Peskov, observou que o bombeamento da Ucrânia com armas pelo Ocidente não contribui para o sucesso das negociações entre a Rússia e a Ucrânia e terá um efeito negativo.