O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, respondendo a perguntas sobre os navios de guerra iranianos no Brasil, negou-se a dar detalhes sobre a adoção de sanções contra as entidades brasileiras por "não atenderem aos desejos das autoridades americanas".
Ao ser questionado se os EUA retomariam a doutrina Monroe e o discurso de que a "América para os Americanos", Price afirmou que "os países vão tomar suas próprias decisões" e que "a doutrina Monroe é um legado histórico" e, portanto, não está sendo exercida pelo país.
Com relação ao Brasil, Price afirmou que o país "é um sócio democrático próximo dos EUA", e que tentarão trabalhar com as autoridades brasileiras para "enviar a mensagem correta ao Irã" e outras nações que representam uma "ameaça" e um "desafio" aos interesses coletivos em todo o mundo.
"Temos a impressão de que nenhuma democracia neste hemisfério [ocidental] quereria este tipo de atividades iranianas, estes navios de guerra atracando em seus portos", indicou Price.
Posteriormente, ao ser questionado sobre as sanções contra as entidades brasileiras que permitiram a entrada dos navios iranianos, o norte-americano se limitou a fornecer detalhes, afirmando apenas que "este tipo de ações" não está previsto, pois o país é um parceiro dos EUA.
Price destacou que os EUA sempre "cumprem a lei" ao ser indagado se o recebimento de embarcações de guerra iranianas pode acarretar penalidades às administrações portuárias.
"O fato é que um país como o Irã representa uma ameaça coletiva para os EUA e para nossos parceiros neste hemisfério", voltou a enfatizar Price.
Navios de guerra do Irã chegaram às águas brasileiras em 26 de fevereiro e têm causado polêmica internacional, tanto antes quanto depois de sua atracagem no Rio de Janeiro. Entretanto, com o governo brasileiro o clima é diplomático e amistoso.
Desde o anúncio da vinda dos navios, em janeiro, o assunto vem causando polêmica com países estrangeiros como os Estados Unidos e Israel.
Além do Senado norte-americano e da embaixadora dos EUA em Brasília terem criticado a liberação brasileira para atracagem das embarcações, no dia 2 de março Tel Aviv se pronunciou e disse que "nunca é tarde para o Brasil mandar os navios embora".