Além das investigações em torno das joias enviadas ao ex-mandatário não declaradas, segundo o portal Metrópoles, quando esteve nos Emirados Árabes Unidos (EAU), Bolsonaro trouxe no avião da FAB um fuzil e uma pistola.
O fuzil é de calibre 5,56 mm e a pistola, 9 mm. As armas, segundo integrantes da comitiva ouvidos pela mídia, teriam sido presentes de um príncipe de uma família real dos EAU. O fuzil foi entregue a um terceiro, que repassou o bem a Bolsonaro dentro do avião da Força Aérea, relata a mídia.
Entretanto, diferente do tratamento dado às joias, os assessores do ex-presidente dizem que as duas armas foram declaradas ao Fisco e ao Exército para que fossem registradas, de acordo com o G1.
Os assessores dizem também que não houve pagamento de imposto porque consideraram que as armas eram um presente para Bolsonaro, e foram incluídas no acervo pessoal do ex-mandatário.
Segundo o Metrópoles, se houver destinação pessoal, é preciso pagar imposto sobre as armas, o que também não foi confirmado se ocorreu. Segundo auditores fiscais ouvidos pela mídia, deve ser pago o imposto de qualquer bem importado, sejam joias, relógios ou armas, se o item não for destinado ao patrimônio da União. A alíquota é de 60% do valor do produto, em regra.
Embaixada 'fantasma'
Também hoje (10), foi divulgado pela coluna de Jamil Chade no UOL que a Embaixada do Brasil no Bahrein, inaugurada pelo ex-presidente em novembro de 2021, nunca teve um embaixador que ocupasse o cargo.
Dentro do Itamaraty e no Palácio do Planalto, fontes confirmam ao jornalista que a abertura da embaixada ocorreu por pressão da família Bolsonaro, com especial do deputado Eduardo Bolsonaro, que passou a ser um frequente visitante do Golfo.
A mídia recorda que um mês depois da abertura da embaixada, o deputado propôs a criação de um grupo parlamentar Brasil-Bahrein.
Cerimônia de Inauguração da Embaixada do Brasil em Manama, 16 de novembro de 2021
© Foto / Palácio do Planalto / CCBY 2.0 / Alan Santos
A chancelaria brasileira confirmou que o cargo ficou vago durante todo o governo do ex-mandatário, e o gesto de deixar o posto sem embaixador foi interpretado por alguns dos principais diplomatas brasileiros como uma manobra para impedir que o órgão de Estado ficasse informado sobre a natureza das relações entre o Palácio do Planalto e o país árabe.
Na embaixada em Manama, foi colocada apenas uma pessoa que atuou como encarregado de negócios e na prática, tratou-se de uma representação sem qualquer poder político.
Agora, o governo Lula se encontra em um impasse, visto que se fechar a embaixada, pode sinalizar aos árabes que o Brasil não está aberto a aproximações, portanto, o diplomata, Adriano Pucci, foi designado para liderar o posto.