Operação militar especial russa

Moscou: colaboração entre Kiev e Pentágono pode continuar para disseminar patógenos e culpar Rússia

O Ministério da Defesa da Rússia disse que a colaboração na área biomilitar entre a Ucrânia e os EUA continuou no último ano, mencionando inclusive nomes dos participantes do projeto.
Sputnik
O regime de Kiev segue cooperando com o Pentágono, incluindo na transferência de agentes patogênicos perigosos, o que pode ser um sinal de novas provocações futuras com o objetivo de culpar a Rússia, disse Igor Kirillov, chefe das Tropas de Defesa Radiológica, Química e Biológica das Forças Armadas russas.
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"Em janeiro de 2023, o governo ucraniano aprovou novos requisitos sobre os procedimentos de inventariação, armazenamento, transporte e destruição de microrganismos, toxinas e venenos de origem animal e vegetal", comunicou Kirillov em um briefing nesta sexta-feira (10). No documento é dada especial atenção ao transporte aéreo internacional de substâncias da classe de maior risco, a classe A, que podem causar incapacidade ou morte.
"Tais atividades podem ser realizadas a fim de efetuar provocações com agentes patogênicos perigosos, com posterior atribuição da responsabilidade à Federação da Rússia", frisou o chefe da divisão de Tropas de Defesa Radiológica, Química e Biológica.
Igor Kirillov sublinhou que John Kirby, coordenador do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, em suas declarações de 31 de janeiro, declarou que o programa de biolaboratórios norte-americano existiu na Ucrânia, mas foi encerrado até 22 de fevereiro de 2022.
"Ao mesmo tempo, os documentos que recebemos refutam a declaração de Kirby", assegurou Kirillov, e referiu a um discurso oficial de David Smith, diretor do escritório de Kiev do contratante-chave do Pentágono CH2M HILL, datado de 6 de dezembro de 2022, que falou a instituições ucranianas que participaram do Programa de Dissuasão de Patógenos Extremamente Perigosos na Ucrânia.
"O documento relata a continuação do programa biológico da Administração de Redução de Ameaças (DITRA, na sigla em inglês) do Departamento de Defesa dos EUA na Ucrânia, e estabelece os principais objetivos para o período atual. Estes incluem a consolidação da coleta de patógenos perigosos, além da implantação de sistemas de gestão de biorriscos e o monitoramento epidemiológico", disse o oficial russo.
Ele indicou novos nomes do programa biomilitar, cujos participantes norte-americanos foram previamente mencionados.
"Hoje gostaríamos de acrescentar a esta lista representantes de instituições estatais ucranianas e empresas privadas envolvidas na implementação de programas biomilitares dos EUA", ressaltou Kirillov no briefing.
Ele referiu Vladimir Kurpita, chefe das Tropas de Defesa Química, Biológica e Nuclear ucranianas, chefe do centro de saúde pública, que exerceu a liderança da interação entre especialistas ucranianos e a DITRA organizando a coleta de amostras biológicas de cidadãos ucranianos e sua transferência para o exterior.
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"Sergei Morgun é o chefe do Departamento Sanitário e Epidemiológico das Forças Armadas da Ucrânia e um dos organizadores da interação entre o Ministério da Defesa ucraniano e a DITRA. Ele foi um dos líderes do projeto UP-8, supervisionando a pesquisa de hantavírus", continuou Kirillov, acrescentando que ele sucedeu a Sergei Litovka, que supervisionou testes em militares ucranianos que arriscavam sua vida e saúde como parte dos estudos do vírus da febre hemorrágica da Crimeia-Congo e do hantavírus.
O chefe das Tropas de Defesa Radiológica, Química e Biológica das Forças Armadas da Rússia ainda mencionou Irina Demchishina, chefe dos laboratórios de referência do Centro de Saúde Pública do Ministério da Saúde da Ucrânia, e que esteve envolvida em pesquisas dos EUA. Ela teria atuado como intermediária na comunicação com os contratantes do Pentágono Black&Veatch e Metabiota, supervisionando a implementação dos projetos DITRA das séries UP e TAP.
Igor Kirillov advertiu que a Casa Branca não está prestando controle suficiente sobre os projetos, e que não ouve inclusive seus próprios especialistas sobre a questão.
"É necessário assinalar que nenhum dos fatos dados pelo Ministério da Defesa russo acerca dos EUA realizarem pesquisas de dupla utilização foi questionado ou refutado. Em uma tentativa de se justificar, Washington afirma que todo o trabalho é realizado no interesse nacional dos EUA e visa garantir a biossegurança global", concluiu.
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