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Proibir fornecimento de urânio russo aos EUA atingiria duramente sua indústria, diz especialista

Uma possível proibição da entrada nos EUA de urânio enriquecido proveniente da Rússia atingiria a indústria nuclear dos EUA com tanta força que tal passo será impossível nos próximos anos, afirmou Aleksandr Uvarov, editor-chefe do portal sobre energia nuclear AtomInfo, à Sputnik.
Sputnik
No dia anterior, um grupo de senadores americanos propôs em um comunicado proibir a importação de urânio da Rússia.
"Anteriormente, na indústria mundial de energia nuclear havia uma coisa para qual se poderia olhar infinitamente – como a Polônia se prepara para construir uma usina nuclear [e nunca o consegue]. Agora há uma segunda – como os políticos americanos tentam proibir a importação de urânio enriquecido da Rússia", disse Uvarov.

"Na realidade, uma proibição da entrada nos EUA de urânio enriquecido produzido pela Rússia afetará tanto a indústria nuclear dos EUA que simplesmente não acredito que tal proibição seja possível, pelo menos nos próximos anos. Mas se a proibição for adotada mesmo assim, ela, de acordo com o costume americano, terá tantas exceções à proibição que a proibição será uma ficção propagandística", sublinhou o especialista.

Considerando que uma série de usinas nucleares americanas estão operando, do ponto de vista econômico, com lucro zero ou mesmo negativo, o aumento no preço do combustível nuclear devido à rejeição do urânio russo "se tornará a tal palhinha que quebrará as costas do camelo", disse antes Uvarov à agência.
A indústria de energia nuclear dos EUA é o maior produtor de energia do mundo. De acordo com a base de dados PRIS da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), existem atualmente 93 unidades geradoras de energia nuclear em operação nos Estados Unidos com uma capacidade total instalada de 95,5 GW, produzindo aproximadamente 20% da eletricidade do país. A participação da Rússia no fornecimento de urânio para a indústria nuclear dos EUA é de cerca de 20%.
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