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Após falência do banco do Vale do Silício, ações de outros bancos caem e EUA temem 'efeito dominó'

Aberto em 1983, o banco comercial fretado pelo estado da Califórnia, com sede em Santa Clara, era um dos maiores bancos dos Estados Unidos, e seu fechamento configurou a maior falência bancária norte-americana desde 2008.
Sputnik
Ontem (10), o Departamento de Proteção Financeira e Inovação (DFPI, na sigla em inglês) fechou o Silicon Valley Bank (SVB), o banco do Vale do Silício, após ter sido decretada a falência da instituição financeira.
O colapso repentino de um importante credor do Vale do Silício levou investidores de tecnologia e startups a lutarem para descobrir sua exposição financeira e o impacto em sua capacidade de operar. Além disso, a rápida queda do banco parece ter abalado outros bancos, com as ações do First Republic Bank caindo 50% no mesmo dia. Antes do fechamento do pregão de sexta-feira (10), a queda era de 15%.
Para acalmar os temores, o First Republic emitiu um comunicado amplamente citado pelos meios de comunicação, garantindo aos investidores "segurança e estabilidade contínuas, e fortes posições de capital e liquidez".
"As fontes além de uma base de depósitos bem diversificada incluem mais de US$ 60 bilhões [R$ 313 bilhões] em capacidade de empréstimo disponível e não utilizada no Federal Home Loan Bank e no Federal Reserve Bank", disse o First Republic.
A secretária do Tesouro, Janet Yellen, disse ontem (10) que tinha "total confiança nos reguladores bancários para tomar as ações apropriadas em resposta", acrescentando que os reguladores "têm ferramentas eficazes" para lidar com a situação, segundo a Bloomberg.
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Funcionários da Casa Branca também comentaram a falência, dizendo que o sistema bancário dos EUA estava se beneficiando das reformas implementadas após a crise financeira de 2008/2009.
"Nosso sistema bancário é fundamentalmente diferente [em relação a 2008]. Sabíamos que precisávamos criar mais resiliência em nosso sistema bancário, o que permite resistir a esses tipos de choques", disse Cecilia Rouse, presidente do Conselho de Assessores Econômicos, a repórteres.
Em meio ao turbilhão de especulações sobre um efeito cascata, o CEO e estrategista-chefe global da corretora de valores Euro Pacific Capital, Peter Schiff, foi ao Twitter alertar que o sistema bancário dos EUA estava "à beira de um colapso muito maior do que em 2008".
"Uma crise financeira pior do que a de 2008 começará em breve, a menos que o Fed aja rapidamente para adiá-la. No entanto, uma crise muito maior do dólar americano e da dívida soberana ocorrerá mais tarde se isso acontecer. Este último será muito mais devastador para a economia e para o americano médio", afirmou o estrategista.
O especialista ainda acrescentou que, se mais bancos falirem como o Vale do Silício, "a única maneira de os depositantes recuperarem seu dinheiro é se o Sistema de Reserva Federal [Banco Central dos EUA] o imprimir".
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Já o investidor bilionário americano e gerente de fundos de hedge, Bill Ackman, disse que a falência do banco do Vale do Silício poderia "destruir um importante impulsionador de longo prazo da economia, já que as empresas apoiadas por capital de risco dependem do SVB para empréstimos e retêm seu caixa operacional".
O SVB foi fundado em 1983 durante um jogo de pôquer entre Bill Biggerstaff e Robert Medearis. Desde o início, a empresa se especializou na prestação de serviços financeiros para startups de tecnologia.

Os reguladores norte-americanos chegaram aos escritórios do SVB na Califórnia enquanto o banco lutava para estabilizar suas finanças na quinta-feira (9), informou a Bloomberg. O banco tinha cerca de US$ 209 bilhões (cerca de R$ 1 trilhão) em ativos totais e cerca de US$ 175,4 bilhões (R$ 915 bilhões) em depósitos totais no final do ano passado.
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