Panorama internacional

Sunak vai aos EUA para última fase do acordo AUKUS em meio às alegações de suposta ameaça chinesa

A China tem expressado oposição ao pacto trilateral AUKUS, exortando os EUA, o Reino Unido e a Austrália "a abandonar a mentalidade da Guerra Fria e o jogo de soma zero", ao mesmo tempo em que alertou que o acordo apresenta "sérios riscos de proliferação nuclear, [...] corrida armamentista e fere a paz e a estabilidade na Ásia-Pacífico".
Sputnik
O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, está voando para os EUA neste domingo (12) para se encontrar com o primeiro-ministro australiano Anthony Albanese e o presidente dos EUA, Joe Biden, em meio a novos desenvolvimentos antecipados relacionados ao pacto de segurança trilateral AUKUS. O trio de líderes vai debater seus próximos passos do acordo com o novo pacto de defesa em meio a alegações cada vez mais infladas de uma "ameaça chinesa" promovida por Washington e seus aliados.
A reunião em San Diego, Califórnia, na segunda-feira (13), vai ocorrer em meio a relatos de que Camberra espera reforçar suas capacidades navais com submarinos movidos a energia nuclear por meio de um programa de vários estágios.
O primeiro-ministro australiano Anthony Albanese, ao confirmar a reunião anteriormente, evitou fazer qualquer declaração esclarecedora sobre os submarinos em questão. No entanto, vários relatos da mídia indicaram que Camberra planejava adquirir até cinco submarinos movidos a energia nuclear da classe Virginia de Washington como parte do pacto AUKUS ao longo da próxima década. Também houve relatos de que, posteriormente, a Austrália procurou construir uma nova classe de submarinos movidos a energia nuclear com base no design do submarino de próxima geração da Grã-Bretanha, atualmente apelidado de Navio Submersível de Substituição Nuclear (SSNR, na sigla em inglês), que deve substituir o design da classe Astute.
Falando na Índia, na última quinta-feira (9), o primeiro-ministro Anthony Albanese disse que seu país manteria "100% de soberania" sobre os submarinos que operaria.
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Na véspera da visita aos EUA, Rishi Sunak, referindo-se à AUKUS, saudou as "alianças globais" como "nossa maior fonte de força e segurança".
"Estou viajando para os Estados Unidos hoje para lançar a próxima etapa do programa submarino nuclear AUKUS, um projeto que vincula nossos aliados mais próximos e oferece segurança, novas tecnologias e vantagens econômicas domésticas", afirmou Sunak, acrescentando que o Reino Unido seria "seguro, próspero e [caminharia] ombro a ombro com nossos parceiros".
A viagem de Sunak ocorre antes da divulgação da Revisão Integrada de defesa e política externa do governo do Reino Unido para a década de 2020, com a versão revisada prevista para ser publicada na segunda-feira. De acordo com Downing Street, o documento "abordará os graves riscos da Rússia de Putin, o comportamento cada vez mais preocupante do Partido Comunista Chinês e as ameaças híbridas à nossa economia e segurança energética".

'Alimentando o confronto militar'

Em setembro de 2021, quando os EUA, o Reino Unido e a Austrália anunciaram sua parceria de defesa trilateral, sua iniciativa pioneira foi o desenvolvimento de tecnologia submarina movida a energia nuclear para a Marinha Real Australiana. Conseqüentemente, a indústria militar da França foi retirada de um acordo multibilionário de submarinos diesel-elétricos com a Austrália, já que esta última optou por abandonar seu acordo anterior em uma total disputa diplomática na ocasião. No entanto, os ressentimentos persistentes foram superados, Paris sufocou o desprezo e os planos da AUKUS estão avançando. Assim, a Austrália, que não é uma potência nuclear, vai se tornar o sétimo país a ter um submarino movido a energia nuclear.
Pequim tem criticado veementemente todo o acordo AUKUS, argumentando que é uma violação do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), enquanto está repleto de riscos de exacerbar a corrida armamentista na Ásia-Pacífico.
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"Apesar de ser chamado de 'parceria de segurança trilateral', o AUKUS visa essencialmente alimentar o confronto militar por meio da colaboração militar. Aparentemente, é impulsionado pelo pensamento da Guerra Fria. Cria riscos adicionais de proliferação nuclear, exacerba a corrida armamentista na Ásia-Pacífico e prejudica a paz regional e estabilidade. A China está profundamente preocupada e se opõe firmemente a isso", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning.
Pequim instou os EUA, o Reino Unido e a Austrália a "abandonar sua mentalidade de Guerra Fria e [jogos] de soma zero, honrar suas obrigações internacionais e agir no interesse da paz e estabilidade regionais".
A China também rejeitou categoricamente a alegada "ameaça da China" sendo repetida por Washington e seus aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). As alegações de que Pequim está reforçando significativamente suas forças militares e "intimidando seus vizinhos e ameaçando Taiwan" foram criticadas pela China como deliberadamente exageradas e servindo apenas para provocar um confronto regional.
"A OTAN deve considerar seriamente o papel que desempenhou na manutenção da segurança europeia. Quero enfatizar que a região da Ásia-Pacífico não é um campo para luta geopolítica, a mentalidade da Guerra Fria e o confronto em bloco não são bem-vindos aqui", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.
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