"Tudo o que os Estados Unidos querem que vocês [georgianos] façam é participar do que chamamos de crescente da crise, um arco de instabilidade em torno da Rússia," disse Ritter.
"Nós [americanos] o vemos como o ponto onde podemos ter crises destinadas a desestabilizar a Rússia e o que exatamente queremos que eles [georgianos] façam agora mesmo para criar uma segunda frente contra a Rússia a fim de desviar a atenção militar russa da Ucrânia."
Segundo ele, os Estados Unidos estão usando US$ 40 milhões (R$125 bilhões) em ajuda enviada anualmente através da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional [USAID, na sigla em inglês] para realizar o que equivale a um "golpe suave" na Geórgia, com o objetivo de substituir o atual governo por um que se alinhe às metas e aos objetivos americanos e não georgianos.
Ritter acrescentou que Washington está perfeitamente disposto a deixar os georgianos morrerem por sua causa em busca das ambições geopolíticas americanas, mas nunca sacrificará a própria vida americana para proteger a Geórgia.
"A Geórgia é apenas uma versão menor da Ucrânia, outra engrenagem no 'cinturão de instabilidade' americano. Deve-se considerar o fato de que a Ucrânia, como no caso do Afeganistão, eventualmente será abandonada pelos seus bons 'amigos', os americanos", concluiu ele.
A capital georgiana Tbilisi é palco de protesto desde 7 de março, com dezenas de feridos e detidos, segundo o Ministério do Interior.
A polícia de tumultos vem usando gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes reunidos no centro de Tbilisi, que saíram às ruas contra o projeto de lei sobre agentes estrangeiros.
A delegação da UE na Geórgia comemorou o anúncio de que o partido no poder decidiu retirar a controversa lei de "influência estrangeira".