Em equipe enviada ao Brasil na semana passada, a Argentina fez valer as declarações do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, quando esteve em janeiro em Buenos Aires e prometeu uma maior aproximação entre os países vizinhos.
De acordo com o jornal O Globo, uma delegação argentina chegou a Brasília para cobrar ajuda do Brasil para financiar as exportações argentinas para o mercado brasileiro.
Diante da dramática escassez de dólares no país e as exportações brasileiras para o território subindo para quase 20%, os argentinos vieram para dizer que o país não tem dólares suficientes para manter esse ritmo. Já o Brasil está preocupado pelo aumento das queixas de seus exportadores para entrar no mercado vizinho, relata a mídia.
Para amenizar a situação, o governo de Alberto Fernández estaria propondo um "swap" (troca de moedas) entre bancos centrais, similar ao que a Argentina tem com a China.
O mecanismo prevê, em grandes termos, o envolvimento dos Bancos Centrais da seguinte forma: ambos os países fazem um depósito em sua moeda local, que financia as exportações de cada lado. Assim, o exportador recebe o pagamento em sua própria divisa, sem atrasos. O swap com Pequim foi fechado em 2020, por um total de US$ 20 bilhões (R$ 105 bilhões).
A outra opção seria o chamado Sistema de Pagamento em Moeda Local, que, segundo informaram os funcionários argentinos, não está atendendo a dimensão do comércio bilateral, principalmente após o Brasil "não aceitar uma proposta de ampliação do esquema", disse uma fonte argentina à mídia.
Essa foi a primeira vez, desde 2019, que se reuniu a Comissão Bilateral de Comércio, integrada pelos ministérios das áreas econômicas dos dois países. O diálogo, dizem fontes de ambos os lados, é fluido e positivo, existe vontade política para resolver os problemas, mas o cenário é complexo dada à delicada situação financeira da Argentina.