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Lira admite clima de atrito entre Câmara e Senado e diz que Bolsonaro 'está menor do que era'

Para líder dos deputados, as medidas provisórias devem continuar a tramitar na Câmara conforme começaram a ser analisadas na época da pandemia, para Pacheco, deve-se voltar à forma antiga. Lira também disse que nunca pediu cargos a Lula.
Sputnik
Em entrevista nesta quinta-feira (16), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, disse que há um clima difícil entre ele e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. De acordo com o jornal o Globo, o atrito acontece por conta do rito de tramitação das medidas provisórias entre as casas legislativas.
Na visão de Lira, deve-se manter as mudanças na forma de tramitar que foram introduzidas na pandemia, já para Pacheco, a articulação deve voltar ao que era antes com as comissões mistas.
Segundo o líder da Câmara, o rito anterior, no qual toda Medida Provisória (MP) tinha que passar por uma comissão mista paritária, com 12 deputados, 12 senadores e alternância de relatoria é antidemocrática.
Entretanto, a jornalista Míriam Leitão, que o entrevistou, relata que pontuou que tal dinâmica seria constitucional. Mas Lira insistiu que a mesma não permite equilíbrio na representação entre as duas casas e, além disso, atrasa muito a aprovação das MPs.
"Comissões mistas só defende que não viveu. Eram 12 de 81 senadores e 12 deputados de 513. O Senado é super-representado e a Câmara subrepresentada. Entendo o lado do Senado. Mas a nossa proposta é que haja alternância, umas matérias começam na Câmara e outras no Senado", afirmou o deputado.
Lira também relatou que ele e Pacheco não chegam a "estar de mal", mas "têm se falado pouco".
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Indagado pela jornalista se o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, não tem base parlamentar, o deputado respondeu que Lula tem "fragilidades no Congresso e na Câmara dos Deputados, ainda tem dificuldades", mas que "o governo tem avançado".
Ao mesmo tempo, Lira defendeu os partidos de centro e pontuou que nunca pediu cargos ao chefe do Executivo.
"Partidos do centro existiram a vida toda. O Brasil, graças a Deus, não virou a uma Argentina porque tem partidos de centro, que equilibram os extremos. Cada centrão tem suas características, e a nossa nunca foi de cargos, espaços. Não tivemos isso no governo anterior. Nunca falei em cargos com o presidente."
Sobre seu aliado, o ex-presidente Jair Bolsonaro, o presidente da Câmara destacou que "nesse momento, ele [Bolsonaro] está menor do que era".
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