Operação militar especial russa

Casa Branca consideraria 'inaceitável' qualquer cessar-fogo na Ucrânia após visita de Xi à Rússia

A China divulgou um plano de paz de 12 pontos destinado a pôr fim à crise ucraniana no mês de fevereiro, às vésperas de reuniões bilaterais entre Vladimir Putin e Xi Jinping durante a visita do presidente chinês a Moscou a partir de segunda-feira (20). O presidente Biden rejeitou a proposta de paz chinesa classificando-a de "irracional".
Sputnik
Os Estados Unidos vão considerar qualquer pedido de suspensão dos combates na Ucrânia após a visita do presidente Xi à Rússia "inaceitável", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.

"Se, saindo desta reunião, houver algum tipo de pedido de cessar-fogo, bem, isso será inaceitável, porque tudo o que vai fazer é ratificar as conquistas da Rússia até o momento. Tudo o que vai fazer é dar ao Sr. Putin mais tempo para se reabilitar, retreinar, permanecer e tentar planejar ofensivas renovadas no momento de sua escolha", disse Kirby em entrevista à TV neste domingo.

"Esperamos, e já dissemos isso antes – que o presidente Xi ligue e converse com o presidente Zelensky, porque acreditamos que os chineses precisam obter a perspectiva ucraniana aqui", disse Kirby.
O porta-voz questionou os esforços da Rússia e da China para se unirem para desafiar a unipolaridade dos EUA, dizendo que "não há dúvida" de que ambos os países "estão se irritando com essa ordem internacional baseada em regras que os Estados Unidos e tantos de nossos aliados e parceiros construíram desde o final da Segunda Guerra Mundial. Eles não gostam disso. Eles gostariam de reescrever as regras do jogo globalmente e têm aumentado sua cooperação e seu relacionamento, sem dúvida nos últimos tempos."
Os comentários de Kirby ecoaram comentários que ele fez na sexta-feira (16), onde ele também rejeitou a ideia de um cessar-fogo e disse que constituiria "outra violação contínua da Carta da ONU".
"Seria uma parte clássica do manual da China", disse Kirby, supostamente porque permitiria a Pequim dizer que são "os que pedem o fim dos combates e ninguém mais".
Não há evidências que sugiram que Pequim pense que são os únicos a pedir uma solução negociada para a crise ucraniana, com autoridades do Brasil, Irã e Índia fazendo apelos semelhantes ainda ano passado.
A China divulgou um plano de paz abrangente de 12 pontos para a Ucrânia no mês passado, pedindo não apenas a suspensão das hostilidades e a retomada das negociações de paz, mas também o abandono da "mentalidade da Guerra Fria" que Pequim acredita ter causado a crise em primeiro lugar. A proposta pede o fim das sanções unilaterais, recomenda esforços para promover a reconstrução pós-conflito e oferece medidas para garantir a segurança das cadeias de abastecimento globais.
Os EUA e seus aliados europeus rejeitaram as negociações de paz entre Kiev e Moscou e trabalharam ativamente para sabotar as negociações de paz russo-ucranianas que poderiam ter interrompido o conflito na primavera de 2022. Em vez disso, a aliança ocidental injetou dezenas de bilhões de dólares em armas sofisticadas para o país do Leste Europeu, transformando o conflito no que as autoridades russas caracterizam como uma "guerra por procuração" entre a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e a Rússia, insinuando repetidamente que o objetivo final é a "derrota estratégica" da Rússia e uma possível mudança de regime em Moscou.
Panorama internacional
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Biden rejeitou publicamente a proposta de paz da China, dizendo que a ideia de Pequim negociar o fim da crise "simplesmente não era racional" porque o presidente Putin a aplaudiu.

"Não vi nada no plano que indicasse que há algo que seria benéfico para qualquer pessoa além da Rússia, se o plano chinês fosse seguido", disse Biden.

O presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, chamou a proposta chinesa de "um sinal importante" indicando que "eles estão planejando participar deste tópico", mas disse que não significaria nada se a China não estivesse "do lado de uma paz justa, o que significa do nosso lado."
A China aumentou drasticamente sua influência como pacificador global na semana passada, depois de negociar com sucesso um grande acordo de normalização das relações entre rivais de longa data, Irã e Arábia Saudita. Washington elogiou relutantemente o acordo, que foi negociado em Pequim e assinado sem qualquer contribuição dos EUA, mas expressou incerteza sobre se ele se manteria.
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