O UBS ofereceu-se para comprar seu primo bancário problemático, o Credit Suisse, por US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,3 bilhões), com a finalização de um acordo que deve ser assinado antes do fim de semana, informou a mídia alemã e britânica, citando fontes diretamente conectadas ao acordo.
O acordo de ações vai envolver a mudança das leis da Suíça para permitir que o banco seja vendido sem o voto dos acionistas, com a venda esperada para acabar com o que resta do valor das ações. Os gigantes do setor bancário foram pressionados a negociar na semana passada pelo governo e pelo banco central da Suíça, o Banco Nacional Suíço, com o acordo de US$ 1 bilhão supostamente projetado para interromper a sangria e devolver a estabilidade ao sistema bancário.
A oferta de compra está substancialmente abaixo dos US$ 6,72 bilhões (cerca de R$ 35,5 bilhões) em capitalização de mercado deixados no Credit Suisse na sexta-feira (16). Em 2022, o gigante bancário ostentava 1,29 trilhão de francos suíços (aproximadamente R$ 7,4 trilhões) em ativos sob gestão e 531 bilhões (cerca de R$ 3,03 trilhões) em ativos totais, tornando-se um dos 50 maiores bancos do mundo — o UBS, aliás, classificado em 34º lugar, de acordo com uma estimativa de 2021.
Horas depois do anúncio, o UBS acabou fechando o negócio por US$ 3,2 bilhões (cerca de R$ 16,9 bilhões) com garantias de que o Banco Nacional Suíço auxiliaria com a assistência necessária para a finalização do acordo, segundo comunicado do banco.
A liquidação iminente do Credit Suisse ocorre no momento em que continuam as consequências do colapso do Silicon Valley Bank (SVB) na semana passada (10) e da queda dos bancos Signature e Silvergate logo em seguida, com grandes bancos e governos injetando dezenas de bilhões em outros bancos sitiados em uma tentativa de impedir que o contágio se espalhe.
A estimativa de um grupo de economistas expressou preocupação de que quase 200 outros bancos norte-americanos enfrentem riscos semelhantes aos do SVB antes de seu fim.
O SVB faliu em 48 horas entre 8 e 10 de março, após uma corrida aos bancos desencadeada pelo anúncio de que seria levantado um novo capital para a proposição de operações de capital aberto. Os observadores culparam uma série de fatores pela falência do banco, incluindo a ganância e a incompetência de altos funcionários (que venderam uma parte substancial de suas ações antes do colapso), o nervosismo das empresas de capital de risco que instaram os clientes a resgatar e a série sem precedentes de aumentos nas taxas de juros do Federal Reserve (Fed) nos últimos meses, que deixaram centenas de bancos, incluindo o SVB, segurando títulos do Tesouro que se revelaram tóxicos e operando com prejuízo.