Em entrevista concedida na manhã desta terça-feira (21), o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, deixou a emoção falar mais alto e se emocionou ao relatar o tempo em que esteve preso e que tem muito mágoa.
"Muita mágoa, muita mágoa. A morte da Marisa foi uma coisa muito ruim. Depois a morte do meu irmão quando eu estava na Polícia Federal foi muito ruim. As acusações, as leviandades, o que as pessoas escreviam. Isso tudo é muito, muito duro, muitas vezes você precisa se preparar para suportar isso", disse Lula em entrevista ao canal Brasil 247.
O presidente também disse que, de vez em quando, alguns procuradores se encaminhavam à sua cela para perguntar se estava tudo bem, e que sua resposta era de que não estava tudo bem, que isso só aconteceria quando ele ferrasse com o ex-juiz e agora senador, Sergio Moro, que julgou sua sentença na época.
"De vez em quando um procurador entrava lá de sábado, ou de semana, para visitar, se estava tudo bem. Entrava três ou quatro procuradores e perguntava 'tá tudo bem?'. Eu falava: 'Não está tudo bem. Só vai estar bem quando eu f**** esse Moro'. Vocês cortam a palavra 'f****' aí…", disse o presidente durante a entrevista.
Lula também acrescentou que "é preciso muita força para sobreviver àquilo [à prisão]" e fez um paralelo com o ex-senador Aécio Neves: "Pega um cara como Aécio [Neves], ele não aguentou uma capa da revista Veja”.
"Sabe que eu acredito muito em Deus porque eu acho que é muita força para sobreviver àquilo. Outros coitados, no mundo… tem muita gente que se delatou, possivelmente, sem precisar se delatar. Pessoas que não suportam, que ficam quebradas. Nego ameaçando prender filha, prender mulher, prender um monte de coisa. Nem todo mundo suporta isso", declarou.
Em resposta ao mandatário, Sergio Moro concedeu entrevista à CNN, a qual publicou em seu Twitter com a afirmativa que Lula deveria parar de "querer se vingar do povo brasileiro".