Na segunda-feira (20), a Assembleia Nacional francesa rejeitou a moção pelo voto de desconfiança, uma vez que não obteve a maioria absoluta, ficando com nove votos a menos do total de 287 legisladores. Outro voto de desconfiança, apresentado por uma parte do partido Reagrupamento Nacional de Le Pen, recebeu apoio de 94 legisladores e também foi rejeitado.
"Depois dessa votação, o governo está muito enfraquecido. A moção de desconfiança não teve o apoio da maioria, ficou aquém por apenas nove votos. Isso é muito menos do que o governo esperava. Eles têm uma péssima noção do que está acontecendo no Estado, o que os franceses querem e o que está acontecendo em suas próprias fileiras", disse Le Pen à mídia francesa.
A política sublinhou que as autoridades "não têm pena dos franceses", pois decidiram fazer uma reforma previdenciária em uma altura em se veem obrigadas a fazer diante do aumento dos preços dos alimentos e da energia em um contexto de subida da inflação.
Na semana passada (16), a primeira-ministra francesa Elisabeth Borne anunciou que o governo havia adotado a lei sobre o aumento da idade de aposentadoria de 62 para 64 anos até 2030, invocando o artigo 49.3 da Constituição, que permitia que o projeto fosse aprovado sem a necessidade de ser submetido ao Parlamento. A decisão provocou uma forte reação, levando as pessoas às ruas em todo o país.
Já houve sete greves gerais e centenas de manifestações na França nos últimos dois meses, com a participação de mais de um milhão de pessoas na maioria delas. Durante os protestos, muitas vezes ocorreram confrontos entre a polícia e os manifestantes.