"Mais 50 bancos podem colapsar antes que eles resolvam o problema estrutural. É provável que os políticos sejam forçados de alguma forma a introduzir uma maior retenção [refluxo de depósitos das contas bancárias] de depósitos significativamente maiores a US$ 250 mil [R$ 1,3 milhão]", disse McDonald.
Avaliando a saída de dinheiro de instituições financeiras dos EUA, o especialista prevê a perda de "centenas de bilhões de dólares" pelos bancos regionais nos EUA. Ao mesmo tempo, de acordo com ele, esses fundos vão para os grandes bancos e depois para os títulos do tesouro.
Ele acrescentou também que as autoridades dos EUA terão que aumentar as garantias sobre os depósitos em comparação com as existentes. McDonald observou também que o risco de uma recessão nos EUA é iminente, e nos próximos meses deve-se esperar um declínio acentuado na atividade econômica e no produto interno bruto (PIB).
"A probabilidade de uma recessão agora, na minha opinião, é incontestável", comentou ele à Sputnik.
Falando sobre a falência do Silicon Valley Bank (SVB) no início deste mês e o risco do surgimento de uma nova crise financeira nos EUA, McDonald indicou um esperado declínio acentuado na atividade econômica e no PIB.
"Daqui a um mês ou dois, é típico [que ocorra] um declínio acentuado na atividade econômica, PIB, empregos – a redução de empregos provavelmente aumentará drasticamente", disse o interlocutor da agência.
"Está ocorrendo uma perda de confiança no sistema por parte dos investidores que estão tendo perdas devido a bancos dos EUA e da Europa", acrescentou. Por fim, McDonald disse que o governo dos EUA precisará de pelo menos US$ 2 trilhões (R$ 10,4 trilhões) para estabilizar o sistema bancário do país. "Tudo isso vai resultar em trilhões, pelo menos dois trilhões de dólares", deu ele uma estimativa dos gastos do governo dos EUA para estabilizar o sistema bancário norte-americano no âmbito da atual crise.
Em 10 de março, os reguladores estaduais da Califórnia fecharam o Silicon Valley Bank (SVB). Esta foi a maior quebra de um banco desde a crise financeira de 2008.