Operação militar especial russa

Ex-agente da CIA critica 'guerra em duas frentes' dos EUA em meio à reunião de Xi-Putin: 'Loucura'

O encontro histórico entre o líder chinês Xi Jinping e o presidente russo Vladimir Putin provocou uma reação sem precedentes nas capitais ocidentais. O ex-agente da CIA Ray McGovern, fundador da Veteran Intelligence Professionals for Sanity, disse que o mundo não está em um "momento liminar" enquanto o equilíbrio de poder muda para o leste.
Sputnik
Os EUA estão se preparando para uma "guerra em duas frentes" contra a Rússia e a China, mesmo quando a cúpula entre os líderes dos gigantes da Eurásia anuncia uma mudança no poder geopolítico.
O presidente chinês, Xi Jinping, voou de volta a Pequim nesta quarta-feira (22), após dois dias de intensas reuniões com seu colega russo, Vladimir Putin.
Os dois líderes concordaram em aprofundar a cooperação econômica diante das sanções unilaterais do bloco de nações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) liderado pelos Estados Unidos e da União Europeia (UE). Eles também abordaram o plano da China para um acordo de paz na Ucrânia — que a Casa Branca rejeitou totalmente.
O ex-agente da CIA, Ray McGovern, disse à Sputnik que os EUA haviam perdido sua posição autodeclarada de hegemonia monopolar global como a única superpotência.
Ele observou que a China obteve "um triunfo diplomático reunindo o Irã e a Arábia Saudita" e que o mundo agora está em "um momento limite".
"As pessoas não entendem que toda a correlação de forças no mundo como um todo mudou", disse McGovern. "Rússia e China estão juntas como nunca antes. Se houver uma disputa com os EUA, Rússia e Ucrânia ou em qualquer lugar da Europa, haverá problemas no Extremo Oriente, Mar da China Meridional, pressão sobre Taiwan."
O especialista em inteligência disse que os EUA estavam se metendo em uma "guerra em duas frentes" e "o mais louco é que eles não parecem estar cientes disso".
"Não importa o que eu penso. Importa o que Putin pensa", enfatizou McGovern, citando os comentários do presidente russo de outubro de 2022 sobre o confronto de Washington com Pequim por causa de Taiwan.
"Ele disse: 'Sabe, pensei que poderia haver alguma lógica nisso, mas não há. Eles são simplesmente loucos. Sabe, pensei por um momento que poderia haver algumas razões sutis, mas eu não mais acredito que isso seja produto de arrogância e da sensação de impunidade'."
A Rússia e a China "não podem ter certeza de que essas 'pessoas loucas' não farão algo ainda mais louco do que já estão tentando fazer na Ucrânia", enfatizou McGovern se referindo a Taiwan. "Temo pelas decisões que serão tomadas nesta primavera [no Hemisfério Norte], quando os russos começarem a prevalecer definitivamente na Ucrânia."
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