O Ministério da Defesa Nacional (MON, na sigla em polonês) da Polônia inaugurou na terça-feira (21) a primeira guarnição militar permanente dos EUA no país.
A presença das tropas americanas em território polonês tem crescido constantemente desde agosto de 2020, com cerca de 10.000 militares dos EUA atualmente posicionados aí. O novo destacamento vem em meio ao conflito ucraniano, onde a Rússia continua sua operação militar especial. Entre os membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a Polônia tem a fronteira mais longa com a Ucrânia, de aproximadamente 500 quilômetros.
Sputnik explica do que se trata esta guarnição e se existem outras tropas americanas deste tipo destacadas na Europa.
O que faz a guarnição do Exército dos EUA na Polônia?
O MON revelou na segunda-feira (20) que a atividade para transformar o Grupo de Apoio à Área Polonesa na Guarnição Polonesa do Exército dos EUA (USAG-P, na sigla em inglês) aconteceria no Campo Kosciuszko, em Poznan, oeste do país, também conhecido como Estação Operacional dos V Corpos Avançados dos EUA de Poznan, que conta com a presença de 200 militares norte-americanos.
A cerimônia de abertura contou com a presença, entre outros, de Mariusz Blaszczak, ministro da Defesa polonês e de altos funcionários norte-americanos. A USAG-P lembrou que foi formada em 2022 após uma ordem emitida por Joe Biden, presidente dos EUA.
De acordo com o ministério, a guarnição servirá como infraestrutura de apoio aos soldados dos EUA, e permitirá gerir postos avançados para as tropas americanas na Polônia.
"Sua principal tarefa é coordenar e supervisionar as forças terrestres dos EUA na Europa, bem como lidar com o planejamento operacional, a cooperação e sincronização das ações das tropas dos EUA com as tropas de outros países da OTAN", disse o MON, enquanto o quartel-general do Departamento de Defesa dos EUA descreve a guarnição como um novo quartel-general militar do país norte-americano na Polônia.
"[A guarnição foi criada] para atender às exigências das missões militares dos EUA na Europa e na África, ou seja, melhorar as capacidades de comando, controle e gestão exterior através do centro de operações dianteiras na República da Polônia", disse Pat Ryder, porta-voz do quartel-general, acrescentando que a USAG-P "será composta de aproximadamente 13 militares e 140 civis".
Onde estão as outras guarnições do Exército dos EUA na Europa?
Além da USAG-P, existem sete guarnições do Exército dos EUA localizadas na Europa e geridas pela Direção de Comando de Gestão de Instalações. Elas são:
1.
Benelux, na Bélgica, Países Baixos e Alemanha. A sede presta apoio a comunidade militar internacional, incluindo o Quartel-General Supremo, as Potências Aliadas, a Europa e a OTAN.2.
Ansbach, localizada na região de Francônia, no sudoeste da Alemanha.3.
Baviera, que consiste de duas instalações e duas comunidades na Alemanha.4.
Renânia-Palatinado, localizada em outra área no sudoeste alemão.5.
Estugarda, que consiste de cinco instalações espalhadas pela área metropolitana da cidade no país europeu.6.
Wiesbaden, sede do Quartel-General do Exército dos EUA para a Europa e África, que atende 15 instalações e áreas residenciais na cidade alemã e nos arredores.7.
Itália.Quantas bases dos EUA e da OTAN existem na Polônia?
Atualmente existem 13 bases militares dos EUA na Polônia, localizadas nas cidades de Redzikowo, Zagan, Skwierzyna, Swietoszow, Drawsko Pomorskie, Boleslawiec, Torun, Bemowo Piskie, Powidz, Poznan, Miroslawiec, Lask e Karliki. O número de militares norte-americanos estacionados na Polônia é quase duas vezes maior do que em 2020.
Também há bases da OTAN em Szczecin, Elblag, Orzysz e Bydgoszcz, e neste momento estão sendo construídas mais duas nas proximidades das cidades de Trzebien e Pstraze.
"Hoje, com o fortalecimento da presença da OTAN no flanco oriental, quase 10.000 soldados norte-americanos estão presentes em nosso solo", resumiu Andrzej Duda, presidente da Polônia, que também se comprometeu a gastar mais de 4% do PIB do país em defesa até 2023.
Moscou criticou repetidamente a expansão da OTAN para o leste, com Vladimir Putin, presidente da Rússia, sublinhando que os países ocidentais enganaram a Rússia ao expandir a OTAN para o leste europeu, apesar das promessas anteriores de não o fazer.