A parceria da China com a Rússia tem limites, apesar da retórica em contrário, e a Europa deve acolher qualquer tentativa de Pequim de se distanciar do conflito de Moscou na Ucrânia, disse o chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, nesta sexta-feira (24).
"Essa amizade ilimitada parece ter alguns limites [...]", afirmou Borrell acrescentando que a China quer desempenhar o papel de "facilitador", em vez de mediador, e que como a Rússia acolheu as propostas de Pequim, "a China aparece em um papel que acho que devemos pressionar", declarou a autoridade europeia a repórteres em Bruxelas segundo a Reuters.
O chefe da política externa do bloco também disse que o gigante asiático "não cruzou nenhuma linha vermelha para nós".
Os comentários de Borrell são feitos após a viagem de Xi Jinping a Moscou nesta semana. Rússia e China firmaram diversos negócios e fortaleceram as relações com a viagem do chefe de Estado chinês em meio a onda gigante de retaliação do Ocidente com a Rússia.
Borrell anunciou que visitará a China em breve, embora a data da viagem ainda não tenha sido definida. A visita faz dele um de uma série de líderes da União Europeia que se dirigem ao país asiático.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, planeja uma visita na próxima semana, enquanto o presidente francês, Emmanuel Macron, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, chefe do executivo da UE, viajarão juntos na semana seguinte.