Panorama internacional

Mídia: Vietnã pode resistir maior aproximação diplomática com os EUA em meio às tensões com a China

Estudantes vietnamitas seguram bandeiras do Vietnã e dos EUA enquanto esperam pelo presidente norte-americano Barack Obama no Palácio Presidencial, Hanói, Vietnã, 23 de maio de 2016
Os dois países não devem avançar suas relações em 2023 em meio às preocupações da China, que vê negativamente tais desenvolvimentos, segundo especialistas e funcionários citados pela Reuters.
Sputnik
A tentativa dos EUA de melhorar os laços com o Vietnã neste ano está enfrentando resistência em Hanói, o que, segundo especialistas citados na quinta-feira (23) pela agência britânica Reuters, acontece por preocupações de que a China possa ver a mudança como hostil.
Os EUA esperam uma nova melhoria nas relações em 2023, idealmente para coincidir com o 10º aniversário de sua parceria abrangente com o Vietnã, em julho. O país norte-americano é um grande investidor no Vietnã, o maior mercado de exportação do país asiático, e a maior missão empresarial dos EUA até hoje visitou o país nesta semana.
Os EUA ainda são considerados um parceiro diplomático de terceira linha, sendo que a primeira consiste da China, Rússia, Índia e Coreia do Sul, enquanto a segunda, à qual Washington deseja aderir, inclui países europeus e o Japão.
No entanto, a China é o maior parceiro comercial do Vietnã e uma fonte vital de importações para seu setor de fabricação.
O então presidente do Vietnã, Nguyen Xuan Phuc, chega para participar do evento Diálogo dos Líderes da APEC com o Conselho Consultivo Empresarial (ABAC, na sigla em inglês) durante a cúpula de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês) em Bangkok, 18 de novembro de 2022
Panorama internacional
Presidente do Vietnã, Nguyen Xuan Phuc, renuncia ao cargo
Uma atualização formal dos laços em 2022 "não é mais considerada realista", disse Florian Feyerabend, o representante no Vietnã para a Fundação Konrad Adenauer alemã. Outros especialistas, que citaram discussões com funcionários vietnamitas, dizem que os líderes do Vietnã estão hesitando, temendo uma possível retaliação da China.
"Dada a intensificação da competição China-EUA e a proximidade entre a China e o Vietnã, Hanói pode se sentir relutante em atualizar formalmente sua parceria abrangente com Washington", disse Bich Tran, membro do think tank Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS, na sigla em inglês) de Washington.
Enquanto isso, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores declarou na quinta-feira (23) que uma aproximação americano-vietnamita aconteceria "na hora certa", e sublinhou as fortes relações de que os dois países já desfrutam.
Le Hong Hiep, membro sênior do ISEAS- Instituto Yusof Ishak de Cingapura, disse que não havia dúvida de que o Vietnã queria melhorar os laços com Washington, mas que era improvável que concordasse com isso em 2023. Na sua opinião, "o melhoramento [das relações] pode não ser mais uma prioridade para os Estados Unidos no futuro".
Comentar