Yoav Gallant, ministro da Defesa de Israel, apelou no sábado (25) ao governo para suspender a nova legislação sobre mudanças no Judiciário, dizendo que a feroz disputa sobre as medidas representa um perigo para a segurança nacional.
"Uma profunda divisão está se vislumbrando nas agências militares e de segurança. Este é um perigo claro, imediato e real para a segurança de Israel. Eu não vou facilitar isto", disse Gallant em uma breve declaração, citado no sábado (25) pela agência britânica Reuters.
"A legislação neste momento deve ser parada", apontou.
Trata-se da primeira crítica clara e pública da política de reforma do sistema judicial por parte de um membro do gabinete israelense, apesar de parte dos políticos já ter expressado algumas dúvidas sobre a iniciativa.
Pelo menos dois legisladores do partido Likud, Yuli Edelstein e David Bitan, se manifestaram em apoio a Gallant, apelando para que as reformas na justiça sejam feitas por amplo acordo. Yair Lapid, líder da oposição, também elogiou o "passo corajoso" de Gallant e afirmou estar pronto para conversações sobre as reformas quando o governo parar a legislação.
Já Itamar Ben-Gvir, ministro da Polícia, exortou o primeiro-ministro a demitir Gallant, que ele disse ter cedido à pressão da oposição.
A política é promovida pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que está em julgamento por corrupção. A reforma concederia à sua coalizão governista mais influência na seleção de juízes, o que os críticos dizem que prejudicaria a independência judicial.
O plano de revisão do sistema de nomeação dos membros da Corte Suprema de Israel, anunciado em 4 de janeiro, mergulhou Israel em sua pior crise política dos últimos anos, com protestos em massa que reúnem regularmente centenas de milhares de pessoas desde então.