Os políticos húngaros esperam que a Suécia se abstenha do que eles veem como críticas infundadas a Budapeste, algo necessário para os deputados húngaros aceitarem a proposta de adesão à OTAN do país nórdico, disse Balazs Orbán, chefe de gabinete de Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria.
"Alguns deputados húngaros não se sentem confortáveis porque testemunharam nos últimos anos que certos membros do governo sueco têm o hábito de questionar continuamente o estado da democracia na Hungria. Eles continuam insultando os eleitores e deputados húngaros, e, através deles, toda a Hungria", disse Orbán.
Ele sublinhou que Budapeste não exprime sua opinião sobre os assuntos políticos internos da Suécia e espera a mesma cortesia de Estocolmo em relação à Hungria.
O Parlamento húngaro deve votar nesta segunda-feira (27) relativamente a entrada da Finlândia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Em contraste, ainda não há um plano para a votação sobre a proposta de entrada da Suécia.
O chefe de gabinete apontou que a Hungria e a Finlândia têm uma "amizade histórica única", e que está confiante de que os problemas serão resolvidos nessa frente.
"Parece que conseguimos obter a garantia dos finlandeses de que estes problemas não persistirão, mas no caso da Suécia há uma situação diferente", disse ele.
Na semana anterior Peter Szijjarto, ministro das Relações Exteriores da Hungria, disse que as críticas ocidentais às questões democráticas e culturais na Hungria impedem a cooperação, especialmente no que toca à expansão da OTAN.
"Sabe, quando os políticos finlandeses e suecos questionam a natureza democrática de nosso sistema político, isso é realmente inaceitável", opinou Szijjarto, comentando ser difícil prever quando a candidatura da Suécia seria aprovada.
Após o começo da operação militar especial da Rússia na Ucrânia, a Finlândia e a Suécia iniciaram uma proposta conjunta para aderir à Aliança Atlântica, abandonando sua política de não alinhamento de longa data. Até agora elas têm esperado a aceitação por todos os 30 Estados-membros do bloco militar, sendo a Hungria e a Turquia as únicas que até agora a rejeitavam.