O anúncio foi feito em uma coletiva de imprensa após as conversações com o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir-Abdollahian.
"O Ocidente não quer parar este conflito, vê seus interesses geopolíticos neste conflito, principalmente em termos de suas tentativas de eliminar outro concorrente no cenário mundial como a Rússia", disse o chefe da diplomacia russa.
Em particular, Lavrov se referiu às palavras de seu colega norte-americano, Antony Blinken, que opinou recentemente que as propostas para um cessar-fogo imediato na Ucrânia poderiam ser uma "armadilha cínica".
"A última tirada desse tipo foi registrada por nosso colega sr. Blinken [...] dizendo que um cessar-fogo seria agora do interesse da Rússia [...]. É difícil para mim dizer em que se baseia uma análise tão superficial", apontou Lavrov.
O ministro acrescentou que o Ocidente também procura "neutralizar" a China além da Rússia.
"Os amigos chineses estão bem cientes de que eles também já estão designados nos documentos da OTAN como concorrentes e adversários de longo prazo que também precisam ser neutralizados", disse o ministro das Relações Exteriores russo.
Portanto, segundo ele, a Rússia, o Irã, a China e muitos outros países " se oporão categoricamente às tentativas de afirmar a hegemonia ocidental perpetuamente, como Washington e seus associados estão tentando fazer".
Operação especial na Ucrânia
Em 24 de fevereiro de 2022, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou o início de uma operação militar especial para desmilitarização e desnazificação da Ucrânia.
Durante a operação, o Exército russo, junto com as forças das repúblicas de Donetsk e Lugansk, libertou completamente a República Popular de Lugansk e uma parte significativa da república de Donetsk, inclusive Mariupol, bem como a região de Kherson, áreas de Zaporozhie perto do mar de Azov e uma parte da região de Carcóvia.
De 23 a 27 de setembro, a RPD, a RPL e as regiões de Kherson e Zaporozhie realizaram referendos sobre a adesão à Rússia, com a maioria da população votando a favor. Em 30 de setembro, durante uma cerimônia no Kremlin, o presidente russo assinou os acordos sobre a integração das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk e das regiões de Kherson e Zaporozhie à Rússia.
Após aprovação por ambas as câmaras do parlamento russo, os acordos foram ratificados por Putin no dia 5 de outubro.