Panorama internacional

Mosteiro de Kiev-Pechersk vai contestar rescisão de contrato de arrendamento

O advogado dos monges do Mosteiro de Kiev-Pechersk, o arcipreste Nikita Chekman, declarou que havia apresentado uma ação junto ao Tribunal Econômico de Kiev contestando a rescisão do contrato de arrendamento do mosteiro, informou a União de Jornalistas Ortodoxos.
Sputnik
Segundo o advogado, o mosteiro recorreu repetidamente para o Gabinete de Ministros da Ucrânia, para a Reserva Arquitetônica do Mosteiro de Kiev-Pechersk e o Ministério da Cultura a fim de conhecer os resultados do grupo de trabalho interdepartamental, que alegadamente encontrou violações dos termos do contrato por parte dos monges. No entanto, as entidades disseram que o acesso a esta informação era restrito.

"Consequentemente, a Reserva Arquitetônica acusa o mosteiro de violar os termos do contrato, mas, ao mesmo tempo, priva-o mesmo da oportunidade de dar uma explicação oficial sobre este assunto. É justamente esta injustiça que serviu de base para o pedido de proteção judicial", disse o arcipreste Nikita Chekman, citado pelo site da União de Jornalistas Ortodoxos.

Centenas de fiéis se reúnem para rezar no mosteiro

Centenas de paroquianos da Igreja Ortodoxa canônica na Ucrânia (do Patriarcado de Moscou) vieram rezar no Mosteiro de Kiev-Pechersk, que os monges devem abandonar a pedido das autoridades, informou o canal de Telegram da Igreja Ortodoxa canônica na Ucrânia.

"Mosteiro de Kiev-Pechersk agora. Desde esta manhã, centenas de fiéis da Igreja Ortodoxa Ucraniana se reuniram para orar", informou a Igreja Ortodoxa ucraniana em uma mensagem em seu canal de Telegram.

Em 10 de março, a liderança da única Igreja Ortodoxa canônica na Ucrânia recebeu um ultimato, segundo o qual o Parque-Reserva Arquitetônica Nacional rompeu o contrato de arrendamento do Mosteiro Inferior de Kiev-Pechersk com o Mosteiro da Sagrada Dormição da Igreja Ortodoxa da Ucrânia (do Patriarcado de Moscou) e exige que os monges deixem o território até 29 de março de 2023.
O ultimato dado à Igreja Ortodoxa ucraniana pelo Ministério da Cultura expira hoje, 29 de março.
Em resposta, o metropolita Pavel (Lebed), superior do mosteiro, afirmou que os monges não abandonariam o mosteiro apesar das exigências das autoridades. Em suas palavras, a proposta de se estabelecerem no mosteiro foi feita na época aos monges pelo Suprema Rada e pelo governo, e não pelo Ministério da Cultura. Além disso, garantiu que não houve nenhuma diretiva contrária do Conselho de Ministros.
O metropolita Pavel também exortou os ucranianos ortodoxos a irem ao mosteiro para um serviço de oração, sublinhando que o dever dos crentes é proteger seus santuários junto com o clero por todos os meios legais.
No dia 20 de março, os membros do Sínodo da Igreja Ortodoxa Ucraniana, liderados pelo metropolita Onufriy, tentaram se reunir com o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, para lhe transmitir a posição dos crentes, mas este se recusou a recebê-los.
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No entanto, o ministro da Cultura, Aleksandr Tkachenko, destacou que os monges poderiam permanecer no mosteiro se se juntassem à chamada Igreja Ortodoxa da Ucrânia, um ramo que se separou e pertence a outra jurisdição.
No ano passado, o regime de Kiev organizou a maior onda de perseguição da Igreja Ortodoxa do Patriarcado de Moscou, a maior Igreja da Ucrânia, com a qual milhões de fiéis se identificam.
Com o apoio das autoridades, a cismática Igreja Ortodoxa da Ucrânia assaltou igrejas, atacou clérigos e crentes, impediu que sacerdotes, bispos, templos e mosteiros continuassem sua ação pastoral.
O patriarca Kirill de Moscou e Toda a Rússia descreveu a perseguição da Igreja Ortodoxa na Ucrânia como uma afronta ao princípio dos direitos humanos e das liberdades e instou os líderes religiosos e personalidades internacionais a impedir o fechamento do Mosteiro de Kiev-Pechersk.
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