O escritório russo da empresa americana Cargill, um dos maiores fornecedores mundiais de produtos agrícolas, informou no final de março o Ministério da Agricultura da Rússia dos seus planos de deixar de exportar grãos do país na próxima época agrícola (a partir de 1º de julho de 2023).
"Apesar da saída dos principais comerciantes ocidentais, os grãos russos e outras culturas agrícolas continuarão a fluir para os mercados globais. No interior do país, os comerciantes locais substituirão os estrangeiros", escreveu Bloomberg.
"E fora dele – onde termina a autoridade dos portos russos e começa a atividade dos navios de bandeira estrangeira – os comerciantes ocidentais continuarão a transportar os grãos russos".
De acordo com Bloomberg, sem comerciantes ocidentais comprando e vendendo grãos dentro da Rússia, Washington e Bruxelas perderão uma importante fonte de informação.
Seja como for, o Kremlin terá uma palavra de maior peso para dizer para onde – e a que preço – irão os seus grãos.
Anteriormente, a representante do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse que as exceções às sanções ocidentais para fertilizantes e alimentos russos não funcionam.
No dia 22 de julho, Rússia, Turquia e ONU assinaram um acordo para desbloquear a exportação de grãos e fertilizantes da Ucrânia. Representantes do governo ucraniano assinaram um documento semelhante com representantes de Ancara e da ONU.
Além disso, a Rússia assinou um memorando com a ONU para contribuir com a exportação de fertilizantes e produtos agrícolas russos para os mercados internacionais.