Exército dos EUA: enfrentamos 'problema gigantesco' com logística no Indo-Pacífico

Apontando a China como "ameaça", altos funcionários do Exército dos EUA sublinham a tarefa árdua de montar e sustentar suas forças no Indo-Pacífico.
Sputnik
Os militares americanos precisam mudar sua abordagem de logística e se preparar para enviar um grande número de tropas e equipamentos para o Indo-Pacífico em meio à crescente ameaça colocada pela China, sugeriram vários altos funcionários dos EUA citados na quarta-feira (29) pelo portal Defense News.
"É um problema gigantesco, especialmente naquele teatro [de operações] prioritário", disse o general James Rainey, chefe do Comando de Futuros do Exército (AFC, na sigla em inglês) norte-americano), durante uma conferência em Washington, EUA.
O AFC e o Comando de Material do Exército (AMC, na sigla em inglês) dos EUA estão atualmente desenvolvendo uma estratégia e planos de desenvolvimento de um sistema de mobilização de tropas e equipamentos em um ambiente de conflito, ou seja, um cenário no qual é impossível operar livremente sem a interferência dos adversários, explicou Rainey.
Os esforços das agências estão concentrados em áreas como a aquisição de novas capacidades, trabalho com a base industrial, linhas operacionais de comunicação, aumento da eficácia, a capacidade de sobrevivência das formações implantadas e a melhoria do apoio logístico, disse Rainey.
"É provavelmente a luta mais difícil de sustentar, só com base nas distâncias geográficas e da enorme quantidade de água envolvida", avaliou o tenente-general Christopher Mohan, vice-comandante da AMC.
Segundo Mohan, os militares americanos aprenderam e demonstraram através do apoio à Ucrânia que são capazes de mover cargas de munições e equipamentos rapidamente ao redor do mundo, e agora estão considerando modernizar sua disposição de estoque, priorizando "locais menores e mais dispersos".
Para isso, o Exército dos EUA está trabalhando em melhorar a previsibilidade e precisão da logística, aprimorando o processo de coleta de dados sobre as condições das armas, equipamentos e peças, acrescentou Mohan. Ele observou que a automatização de alguns dos processos aceleraria as entregas para onde elas são necessárias.
O tenente-general também destacou que uma das principais tarefas é assegurar o fluxo em tempo real de informações logísticas em condições de conflito, dando como exemplo a incorporação da inteligência artificial na automação de processos, que inclui o envio automático de peças de reabastecimento e instruções aos mecânicos em resposta à indicação de uma falha técnica em um tanque de batalha.
Estes planos não implicam um desvio de atenção da Europa e do conflito na Ucrânia, mas significarão que mais e mais decisões orçamentárias serão feitas com base na "crescente ameaça", notou Mohan, em referência à China.
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