Operação militar especial russa

UE precisaria da aprovação da Rússia para enviar soldados de paz à Ucrânia, diz especialista

A União Europeia (UE) não tem o direito de enviar uma força de manutenção da paz à Ucrânia sem o consentimento da Rússia, pois neste caso poderiam tornar-se alvos legítimos das tropas russas, declarou o presidente e membro do comitê executivo da Associação Russa de Direito Internacional, Anatoly Kapustin, à Sputnik.
Sputnik
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, confirmou em entrevista à estação de rádio Kossuth que os líderes europeus se aproximam de um ponto em que seria considerado normal e legítimo pensar no envio de um contingente de paz ou tropas semelhantes para a Ucrânia, algo considerado uma linha vermelha até agora.
"Qualquer uma de suas iniciativas de manutenção da paz teria que ser acordada com a Federação da Rússia. Se não houver tal aprovação pela Rússia, qualquer aparência de formações armadas será considerada interferência em um conflito armado. Eles se tornariam alvos legítimos das Forças Armadas russas", advertiu Kapustin.
O especialista acredita que Moscou não vai dar luz verde ao envio destas tropas, "porque neste caso não se pode aceitar o seu consentimento para o envio de tropas para o território de outro beligerante".
Kapustin admitiu que a Rússia poderia aprová-lo após o fim do conflito, mas agora, "quando a Ucrânia se recusa a cumprir as exigências da Rússia, não pode haver força de manutenção da paz".
Pouco antes, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, qualificou como extremamente perigosa a mera possibilidade de um debate na UE sobre o envio de uma força internacional de manutenção da paz na Ucrânia.
A Rússia continua sua operação militar especial na Ucrânia desde 24 de fevereiro do ano passado. Segundo o presidente russo, Vladimir Putin, o objetivo é a desmilitarização e desnazificação do país vizinho. Numerosos países, incluindo os EUA, condenaram as ações da Rússia na Ucrânia, mas não fazem esforços diplomáticos para o fim das hostilidades, ao contrário, têm fornecido cada vez mais armas e munições letais ao regime de Kiev, prolongando o conflito.
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