Em entrevista à emissora argentina C5N, o Papa Francisco disse que o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, foi condenado sem provas, e garantiu que a ex-mandatária, Dilma Rousseff, foi alvo de um impeachment injusto, pois "tem mãos limpas", segundo o Poder 360.
Para o chefe da Igreja Católica, o presidente Lula foi condenado pelo "sumário enorme" apresentado pela Justiça, e não por uma prova de crime, e citou a prática do lawfare, quando o direto e a Justiça são usados como instrumento político.
"O lawfare abre caminho nos meios de comunicação. Deve-se impedir que determinada pessoa chegue a um cargo. Então, o pessoal os desqualifica e metem ali a suspeita de um crime. Então, faz-se todo um sumário, um sumário enorme, onde não se encontra [a prova do delito], mas para condenar basta o tamanho desse sumário. 'Onde está o crime aqui?' 'Mas, sim, parece que sim...'. Assim condenaram Lula", afirmou o papa.
Francisco também citou como exemplo o que ele classifica como "perseguição" a Rafael Correa (ex-presidente do Equador), Evo Morales (ex-presidente da Bolívia) e Cristina Kirchner (ex-presidente e atual vice da Argentina).
Em seguida, o líder católico pergunta ao jornalista que lhe entrevista, Gustavo Sylvestre, sobre o que aconteceu com Dilma Rousseff. E ele mesmo responde, após Sylvestre dizer que a ex-presidente foi destituída por "um ato administrativo menor".
"Não puderam [comprovar]. Uma mulher de mãos limpas, uma excelente mulher", afirmou.
As declarações foram dadas na quarta-feira (29), antes do pontífice ser internado por uma infecção respiratória. Francisco recebeu alta neste sábado (1º) e deve comandar as cerimônias de Páscoa normalmente, segundo o canal RTP.