Qin Gang, ministro das Relações Exteriores da China, exortou no domingo (2) seu homólogo do Japão a não apoiar os esforços dos EUA para suprimir a indústria chinesa de semicondutores, afirmando que tal bloqueio só fortalecerá a determinação de Pequim de alcançar a autossuficiência na área.
O chanceler japonês Yoshimasa Hayashi visitou a capital da China, a primeira viagem desse tipo por um alto diplomata de Tóquio em mais de três anos. Ela veio dois dias depois que a China condenou a introdução pelo Japão de restrições às exportações de 23 tipos de tecnologias de ponta para a fabricação de chips, em coordenação com os EUA.
Qin sublinhou que a China espera trabalhar conjuntamente em prol de melhores relações bilaterais, indica a declaração do Ministério das Relações Exteriores chinês, citada pela agência norte-americana Bloomberg.
"No passado, os EUA suprimiram implacavelmente a indústria japonesa de semicondutores, mas agora estão repetindo suas antigas táticas no caso da China. Não faça aos outros o que você não quer que outros façam a você", afirmou ele.
As relações sino-japonesas pioraram nos últimos anos à medida que o Japão se uniu às iniciativas dos EUA de combater a influência regional da China, incluindo através de instituições como o Quad, uma aliança militar que também inclui a Austrália e a Índia.
Durante o encontro, o embaixador instou ainda o Japão a não interferir na questão de Taiwan, e a não minar a soberania da China.