Panorama internacional

Cooperação UE–China poderia contribuir para a paz se UE fosse independente, diz especialista

A União Europeia não pode ser plenamente considerada como uma unidade autônoma, mas se fosse capaz de agir por conta própria o desenvolvimento das suas relações com a China ajudaria a manter a paz mundial, escreveu o especialista italiano e professor emérito da Universidade de Pequim Giancarlo Elia Valori em um artigo para o Global Times.
Sputnik
O artigo foi publicado na véspera das visitas à China pelo presidente francês Emmanuel Macron e pela chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, de 5 a 7 de abril.
"A UE não pode ser plenamente considerada como uma unidade autônoma dentro da comunidade internacional. Ela não tem poderio militar para torná-la verdadeiramente independente das superpotências", escreveu Valori.

"A União Europeia é uma espécie de híbrido internacional sem vontade própria, razão pela qual os Estados-membros da UE preferem agir de forma independente em vez de em nome de uma associação que não existe."

Ele também observou que os membros mais fracos da UE agem em nome da UE porque se sentem "mais protegidos pelo guarda-chuva nuclear dos EUA" e temem que suas iniciativas possam irritar Washington.

"O desenvolvimento abrangente das relações China–UE, se a UE fosse capaz de agir por conta própria sem autorização de terceiros, ajudaria a contribuir para a recuperação da economia global, a manter a paz mundial e opor-se à hegemonia das superpotências, tanto no Oriente quanto no Ocidente, sem aceitar nenhum lado", acredita Valori.

Desde o início do conflito ucraniano, muitos fatores adversos influenciaram o desenvolvimento das relações entre a União Europeia e a China, disse o especialista.

"Por exemplo, o governo do presidente dos EUA Joe Biden está constantemente pressionando a União Europeia a transformá-la em um bastião para simultaneamente cercar a China e transformá-la em um fornecedor de armas para a Ucrânia", disse ele.

Valori acrescentou que o envolvimento da Europa em sanções contra a Rússia "levou diretamente a crises de energia e produção, inflação e agitação social".
Ao mesmo tempo, observa o especialista, o crescimento da China está se tornando um problema político inevitável e permanente na Europa.
Os líderes europeus, disse ele, observam, em particular, a influência diplomática da China na promoção da reconciliação entre o Irã e a Arábia Saudita, no avanço das negociações no conflito ucraniano, bem como as tentativas da China de estabelecer relações com a Europa e fortalecer o diálogo e a cooperação com a UE sobre grandes questões globais, "que recentemente se tornou um importante apelo político aos políticos europeus que visitam a China, um por um", apontou ele.
De acordo com o especialista, a visita dos presidentes da França e da Comissão Europeia à China é esperada, já que esses líderes europeus "contribuíram para o profundo desenvolvimento das relações entre a China e a UE, embora a aparência de unidade da UE seja patética e falsa".
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