Em recente estudo publicado na Nature Astronomy e divulgado na Science Alert, o planeta conhecido como YZ Ceti b, que orbita uma pequena estrela anã vermelha localizada a cerca de 12 anos-luz da Terra, parece apresentar um campo magnético, algo bastante promissor na busca por planetas habitáveis fora do nosso Sistema Solar.
"Esta pesquisa mostra não apenas que este exoplaneta rochoso em particular provavelmente tem um campo magnético, mas também fornece um método promissor para encontrar mais", disse o diretor do Observatório Nacional de Radioastronomia da Fundação Nacional de Ciência dos EUA, Joe Pesce.
Um campo magnético é o que impede que a atmosfera de um planeta seja arrancada pelos poderosos ventos estelares.
Marte, por exemplo, costumava ter uma atmosfera e era um planeta quente e úmido antes de perder seu campo magnético e, sem sua proteção, sua atmosfera foi sendo gradualmente corroída pelo plasma do nosso Sol.
Até agora, os pesquisadores ainda não haviam identificado campos magnéticos em mundos rochosos menores fora do nosso Sistema Solar. Na verdade, ainda não existem modelos definidos para procurá-los, mas repetição do sinal de rádio identificada pode ser a peça que faltava.
Representação conceitual artística das interações entre um exoplaneta prospectivo e sua estrela. O plasma emitido pela estrela é desviado pelo campo magnético do exoplaneta e então interage com o campo magnético da estrela, resultando em uma aurora na estrela e na emissão de ondas de rádio
A equipe de cientistas acredita que o sinal está sendo causado pelo campo magnético do planeta interagindo com YZ Ceti, a estrela que ele orbita. Porém, mesmo com campo magnético é improvável que YZ Ceti b esteja repleto de vida como a conhecemos. O exoplaneta rochoso está situado tão perto de YZ Ceti que sua órbita dura apenas dois dias. O planeta mais próximo do nosso Sol, Mercúrio, leva 88 dias para completar uma órbita completa.
Mas se o campo magnético do planeta for confirmado com mais observações, isso significa que finalmente teremos uma maneira de detectar mundos mais amigáveis à vida como este no futuro, o que é incrivelmente empolgante na busca por planetas habitáveis.
A hipótese é que as poderosas ondas de rádio estão sendo geradas à medida que o campo magnético do planeta atravessa o plasma expelido por sua estrela, gerando ondas fortes o suficiente para serem detectadas da Terra.
"Assim que mostrarmos que isso está realmente acontecendo, seremos capazes de fazer isso de forma mais sistemática. Estamos no começo", disse Jackie Villadsen, astrônoma da Universidade Bucknell, na Pensilvânia.