"A Agência Central de Inteligência [CIA, na sigla em inglês] dos Estados Unidos está constantemente realizando operações secretas por todo o mundo, e em todas deve haver uma história de cobertura se as coisas correrem mal", escreveu o ganhador do Prêmio Pulitzer em seu artigo publicado no Substack.
De acordo com Hersh, esta é uma prática usual para a CIA, pois "as coisas muitas vezes dão errado".
"Em semanas após meu relatório [...] a agência produziu uma reportagem de cobertura e encontrou pessoas dispostas a isso no The New York Times e em duas importantes publicações alemãs", acrescentou.
História dos gasodutos Nord Stream
Os ataques ocorreram em 26 de setembro de 2022 simultaneamente nos dois gasodutos russo-alemães que transportavam gás natural russo para a Europa – o Nord Stream 1 e Nord Stream 2.
A operadora dos gasodutos, a Nord Stream AG, informou que a situação de emergência nos gasodutos foi inédita e que o tempo de reparos não poderia ser avaliado.
A Alemanha, a Dinamarca e a Suécia não descartam que tenha sido um ato de sabotagem e iniciaram investigações, ainda sem resultado.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a explosão dos gasodutos foi um óbvio ato de terrorismo.
O Pentágono tem negado qualquer envolvimento dos EUA.
Segundo a versão do jornalista norte-americano Seymour Hersh, os explosivos nos gasodutos foram plantados por especialistas estadunidenses, apoiados por mergulhadores noruegueses, sob a cobertura do exercício BALTOPS 2022 da OTAN, que decorreu em junho de 2022. Ele acredita que a operação foi realizada sob ordens diretas da Casa Branca.
Recentemente, o New York Times noticiou, com base em dados de inteligência, que um grupo pró-ucraniano teria estado por trás da sabotagem dos gasodutos Nord Stream.
O jornal alemão Die Zeit escreveu que os vestígios do ataque aos gasodutos apontam na direção da Ucrânia.
O Ministério Público Federal alemão confirmou à Sputnik que foram realizadas buscas em um navio alegadamente carregado com materiais para explodir o Nord Stream.
No entanto, o porta-voz presidencial russo Dmitry Peskov chamou as publicações que apontam para o envolvimento da Ucrânia de "operação coordenada de desinformação".
Ele expressou perplexidade quanto à capacidade das autoridades norte-americanas, mencionadas nas publicações, de fazerem suposições sobre ataques terroristas ao Nord Stream sem antes haver uma investigação.