Panorama internacional

Opositor ucraniano: 'Democracia' do país regressou à América em forma de bumerangue

Viktor Medvedchuk, que também é empresário e advogado, lamentou o curso político dos EUA com relação à Ucrânia, que vê como destrutivo para ambos os países.
Sputnik
O julgamento do ex-presidente norte-americano Donald Trump (2017-2021) tem tons do cenário ucraniano, argumentou Viktor Medvedchuk, empresário e advogado ucraniano.
Para Medvedchuk, tal sinaliza as intenções de Washington de financiar o conflito indefinidamente.
Ele descreveu o sistema judicial do país como politicamente comprometido à luz dos atuais eventos, com um defensor da paz declarado criminoso sem provas significativas, algo que referiu já ter acontecido na Ucrânia. Os próximos passos, aponta, seriam fechar a mídia "errada", atacar as igrejas com pontos de vista pacifistas, proibir movimentos políticos "incorretos", aprisionar cidadãos, e "chamar todo este convênio de vitória para a democracia", tudo orquestrado por americanos no país europeu.
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"Mas no que toca aos EUA, tudo isso não pode deixar de causar uma guerra em larga escala, que é o que Trump realmente adverte em cada discurso que faz", escreve o empresário ucraniano.
"Tudo isso diz uma coisa: a louvada 'democracia' ucraniana que foi imposta pelos EUA na Ucrânia rastejou para a América e destruirá as instituições estatais deste país, da mesma forma que a condição do Estado ucraniano tem sido destruída", disse Viktor Medvedchuk, citando Trump, que descreveu um país "que vai para o inferno", com economia em crise, cadeias de abastecimento quebradas, lojas de prateleiras vazias e um sistema de ensino no fundo de todos os rankings.
Segundo o opositor ucraniano, os eventos nos EUA e na Ucrânia comprovam essa dinâmica, pois os "estudantes ucranianos superaram seus professores americanos e se tornaram eles mesmos professores do caos jurídico. Resta apenas acrescentar que a Ucrânia foi empurrada para um inferno de ilegalidade e arbitrariedade pela política dos EUA, e hoje está colhendo os frutos de suas atividades. Como diz o ditado, "todos serão recompensados de acordo com seus atos'", sublinhou o advogado.
"Naturalmente, o povo americano tem dúvidas sobre por que o país precisa desta guerra, por que ela não tem fim e para onde os impostos dos eleitores estão realmente indo. Os eleitores americanos não estão interessados em financiar uma guerra no outro lado do globo, porque veem sérios problemas em casa. Neste contexto, a política de paz se torna atraente para os eleitores americanos e está condenada a uma vitória antecipada", prevê.
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