Especialistas analisaram tábuas de madeira, que na era romana estavam presas ao corpo do falecido antes de entregá-lo ao embalsamador. Esses artefatos contêm mais informação do que nomes.
Os cientistas prestaram atenção aos anéis que são visíveis na árvore. Cada um é um ano, e a forma dos anéis é indicativa do tempo. Por exemplo, anéis estreitos podem ser indicativos de tempos secos.
Alguns pedaços de madeira não são suficientes para dar uma ideia do clima nos tempos antigos. Mas os sinais nas múmias são preservados o suficiente.
"É por isso que os rótulos de múmia são ideais para nossos propósitos", explica François Blondel, arqueólogo da Universidade de Genebra. "Não só existem milhares deles em museus ao redor do mundo, eles são feitos de muitas espécies de árvores diferentes, como pinheiro, cipreste, cedro e zimbro."
No novo estudo, 300 espécimes foram levados em consideração e combinaram a sequência do anel. Assim, os cientistas tiveram uma ideia inicial do clima no leste do Mediterrâneo, no território do Líbano moderno, nas ilhas gregas e na foz do Nilo. Foi aqui que as árvores cresceram, a partir das quais as amostras analisadas foram criadas.
Mas o tempo exato de um evento climático nas placas das múmias ainda não foi estabelecido. Arqueólogos podem ter que fazer uma datação por carbono.
Ao longo da história, o clima da Terra sofreu flutuações naturais. Embora insignificantes em comparação com a crise atual, essas flutuações teriam sido suficientes para fazer e desfazer impérios.
De acordo com estudos recentes, eles teriam contribuído primeiro para a ascensão do Império Romano e depois para a sua queda. Os cientistas de Basileia e Genebra estão se esforçando para reconstruir o clima do antigo Egito governado pelos romanos, em uma tentativa de entender melhor os efeitos que ele teve na história de uma região ou império.