Os militares alemães planejam comprar mais equipamentos anti-drone para proteger suas bases da incursão de veículos aéreos não tripulados (UAVs, na sigla em inglês) de vigilância não identificados, disseram fontes do setor de segurança ao jornal Tagesspiegel.
De acordo com o jornal, o Bundeswehr decidiu aumentar suas capacidades no campo por causa do aumento de avistamentos de drones "suspeitos" nas instalações militares do país nos últimos meses.
Dentre os locais afetados estão áreas onde as tropas ucranianas estão treinando para operar tanques alemães e veículos blindados de transporte de pessoal fornecidos a Kiev por Berlim.
Atualmente, as Forças Armadas alemãs operam o sistema jammers HP-47, que permite que ele assuma o controle de um UAV que se aproxima, forçando-o a pousar, colidir ou voar de volta ao operador para revelar sua localização.
Os militares começaram a estocar esses sistemas no verão (Hemisfério Norte) passado, depois que os primeiros drones foram vistos sobrevoando as bases. Este processo deve ser "intensificado" agora, segundo as fontes.
Os militares alemães possuem cerca de 1.500 propriedades em todo o país, incluindo quartéis, campos de treinamento e prédios administrativos. De acordo com os regulamentos de aviação da Alemanha, é proibido que drones voem sobre os prédios militares.
A Alemanha, que gastou € 2 bilhões (cerca de R$ 11,1 bilhões) em ajuda militar para a Ucrânia em 2022, espera alocar outros € 2,2 bilhões (aproximadamente R$ 12,2 bilhões) para a causa este ano, segundo o Bundeswehr.
Nos últimos meses, Berlim prometeu fornecer 18 tanques de batalha Leopard-2 e 40 veículos de combate de infantaria Marder para Kiev. As autoridades ucranianas afirmam os equipamentos vão ser usados em uma grande contraofensiva contra as forças russas em algum momento durante a primavera (Hemisfério Norte).
O primeiro grupo de tropas ucranianas concluiu seu curso de treinamento em operação de Leopard-2 em meados de março, no estado da Baixa Saxônia. Vários drones foram vistos neste local, de acordo com Tagesspiegel.
Moscou tem denunciado que as entregas de armas e munições à Ucrânia pelos EUA, Reino Unido, Alemanha e outros países da União Europeia (UE), argumentando que elas servem apenas para escalar e prolongar o conflito.