"A pergunta que se deve fazer a nós, europeus, é esta: estamos interessados na solução forçada para a questão de Taiwan? Não. O pior seria pensar que nós, europeus, deveríamos seguir este exemplo e nos ajustar ao ritmo americano ou à reação exagerada chinesa. Por que devemos nos mover no ritmo escolhido por outros?", questionou Macron ao jornal francês.
Macron observou que os europeus precisam "acordar" e pensar em seus próprios interesses.
"Nossa prioridade não é nos adaptar à agenda de outros países em todas as regiões do mundo", acrescentou o líder francês.
As declarações de Macron vêm logo após sua visita à China na semana passada (6), durante a qual ele elogiou o papel de Pequim na arena internacional e destacou a importância das relações bilaterais franco-chinesas em várias esferas. Uma série de contratos comerciais foram assinados entre empresas dos dois países durante a visita.
A situação em torno de Taiwan piorou em agosto de 2022, depois que a então presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, viajou para a ilha. Pequim condenou a viagem de Pelosi, que considerou um gesto de apoio aos independentistas da ilha, e lançou exercícios militares em grande escala nas proximidades do território. Apesar da reação aguda da China, a visita de Pelosi desencadeou uma onda de viagens de políticos ocidentais à ilha.
Pequim vê a ilha como sua província, enquanto Taiwan insiste na autonomia. Pequim se opõe a quaisquer contatos oficiais de Estados estrangeiros com Taipé e considera indiscutível a soberania chinesa sobre a ilha — de acordo com a política de Uma Só China.