Um aparente vazamento de informações classificadas, que resultou no que parece ser um lote de documentos dos EUA relacionados ao conflito na Ucrânia sendo postado nas mídias sociais, deixou os especialistas refletindo sobre o significado desse desenvolvimento.
Philip Giraldi, ex-oficial da CIA que agora atua como diretor executivo do Conselho para o Interesse Nacional — um grupo de defesa anti-guerra sem fins lucrativos — disse à Sputnik que a importância dos materiais vazados decorre do fato de que eles parecem ser "altamente classificados" e "presumivelmente foram vazados por alguém sênior na hierarquia do Pentágono".
Ele apontou que os documentos, que parecem ser materiais informativos para uma "audiência militar", datam de fevereiro e março e apresentam "informações táticas limitadas".
"A Rússia só se beneficiaria com sua aparência, porque enfatizaria o descuido do Pentágono no tratamento de informações confidenciais. Caso contrário, não vejo benefício", supôs Giraldi.
Ao mesmo tempo, ele argumentou que o momento desse vazamento é realmente importante, pois parece sugerir que algumas pessoas no "canal de inteligência/militar" dos EUA não estão muito entusiasmadas com o contínuo "apoio inútil à Ucrânia" e procuram "embaraçar o governo Biden para que reduza seus esforços."
"Eles provavelmente esperam que os EUA comecem a apoiar seriamente as negociações para acabar com a guerra", refletiu Giraldi. "Lembre-se dos papéis do Pentágono, que fizeram tanto para diminuir o apoio do país ao conflito do Vietnã. Se o Pentágono não puder manter seus próprios segredos, seria um grande embaraço."
Ele também observou que a reação do governo dos EUA e da mídia a esse vazamento foi bastante forte, com Giraldi observando que o Pentágono aparentemente suspendeu alguns de seus briefings diários, "que presumivelmente foram a fonte de parte do material vazado".