A Comissão Europeia ainda não sabe a localização exata dos ativos congelados da Rússia no valor de € 300 bilhões (R$ 1,6 bilhão), informou o jornal alemão Suddeutsche Zeitung.
Como o jornal lembrou, em novembro passado Ursula von der Leyen, chefe da Comissão Europeia, disse que as reservas russas bloqueadas poderiam ser usadas para reconstruir a Ucrânia.
Sua declaração teria deixado "inquietos" 45 membros do Parlamento Europeu, que enviaram uma carta a ela e Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, perguntando onde exatamente se encontram os bens congelados. Segundo o jornal, a resposta veio em janeiro, com Bruxelas dizendo "não ter ideia".
"Cinco meses se passaram e o número de '300 bilhões' parece cada vez mais sinistro. A Comissão Europeia ainda não sabe exatamente onde está o dinheiro", disse o jornal.
O deputado europeu Urmas Paet, que foi um dos que assinaram a carta sobre os ativos, chamou a situação de estranha.
"Se € 300 bilhões foram de fato congelados, é possível dizer quais bens específicos estão em questão e onde eles estão localizados", disse ele ao Suddeutsche Zeitung.
Apesar das repetidas declarações do Conselho Europeu o possível uso dos bens russos congelados para a reconstrução da Ucrânia, ainda não existe base legislativa para tais ações na União Europeia (UE). Maria Zakharova, representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, chamou o congelamento dos ativos russos de roubo, notando que a UE está visando não só fundos privados, mas também bens estatais russos.