"Isso indica a intenção de chegar a acordos apropriados com a China o mais rápido possível e contribuir para a recuperação econômica do Brasil através do fortalecimento da cooperação sino-brasileira", observou Fan Hesheng.
"Entre a China e o Brasil não há contradições, sobre as quais o governo Bolsonaro falava repetidamente. A política atual do Brasil é pragmática [...] Um dos objetivos da visita de Lula é elevar o nível de cooperação na política externa com a China para torná-la comparável em importância à cooperação comercial, econômica e de investimento", apontou a especialista.
"Lula também expressou repetidamente a esperança de que o Brasil não desempenhe apenas o papel de fornecedor de recursos no desenvolvimento de relações comerciais com a China ou outras grandes potências", acrescentou ele.
"As relações sino-brasileiras sempre desempenharam um papel de liderança no relacionamento geral da China com a América Latina. A visita de Lula à China contribuirá para o desenvolvimento das relações bilaterais. Um incentivo importante é que Lula busca reavivar a economia do Brasil e, portanto, tem grandes esperanças de cooperação com a China, o maior parceiro comercial do país e a segunda maior economia do mundo."
"Depois de algum esfriamento nas relações entre Brasil e China durante a presidência de Bolsonaro, incluindo no trabalho no BRICS, pode ser esperado um maior envolvimento brasileiro nesse formato. A visita de Lula à China destaca a importância do BRICS para o Brasil", acredita a especialista.