Panorama internacional

Emirados Árabes Unidos podem ser os próximos a sair da órbita dos EUA, diz colunista

Os Emirados Árabes Unidos (EAU) podem ser os próximos a sair da órbita geopolítica dos EUA, tal opinião foi expressa pelo colunista Kenneth Rapoza em seu artigo para a Forbes.
Sputnik

"Tudo começou com a Arábia Saudita. O presidente Biden foi recebido de forma fria durante a visita a Riad em julho passado. Depois, os sauditas escolheram a China para mediar a sua aproximação com o Irã. [...] Os próximos serão os Emirados Árabes Unidos", escreve o autor.

Segundo ele, os Emirados e a Arábia Saudita em muitos aspectos viam nos EUA um exemplo, mas hoje Abu Dhabi agirá nos seus próprios interesses.

"Se isso significa que deve discordar dos EUA, ou mesmo romper com eles em questões de importância geopolítica, que assim seja", disse Rapoza.

No verão passado, o presidente dos EUA, Joe Biden, convidou o presidente dos Emirados, Mohamed bin Zayed Al Nahyan, a visitar Washington, mas o fato de a visita ainda não ter ocorrido mostra as dificuldades entre os Emirados e a administração dos EUA.
"Os observadores de países em desenvolvimento só precisam olhar para o fracasso dos EUA em aplicar as suas sanções contra a Rússia como principal indicador. Os Emirados Árabes Unidos são um exemplo do afastamento geral dos países em relação à liderança ocidental", afirma o autor.
Ao mesmo tempo, o vice-secretário norte-americano do Tesouro, Brian Nelson, já se queixou dos Emirados devido ao "mau cumprimento das sanções", escreve o autor. No entanto, mesmo que Washington impusesse sanções, o país "ignoraria facilmente quaisquer restrições".
Para os Estados Unidos, os Emirados são um parceiro importante, tanto em termos comerciais e econômicos, como de influência política: eles são o quarto maior destinatário das armas americanas. Desde 2009, os Emirados Árabes Unidos também têm sido o mercado de exportação número um para produtos dos EUA no Oriente Médio. Em 2020, os EAU investiram cerca de US$ 45 bilhões (R$ 228,02 bilhões) nos Estados Unidos.

"Perturbar este sistema de amizade e prosperidade implica bastantes riscos", enfatizou o autor.

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