"Agora, especialmente por causa da política de sanções dos EUA, muitos países estão interessados em encontrar maneiras convenientes e acessíveis de pagar através de outras moedas", disse Ahmadi à Sputnik.
Mas o principal problema é que "o controle dos movimentos de capital na China torna o yuan menos conversível ou previsível do que o dólar", disse ele.
"Há anos, a China ataca estrategicamente a dolarização do mundo através de seu Banco do Povo e da Parceria Estratégica Global com a Rússia e o Brasil, enquanto abre caminho para a União Europeia com a França, por exemplo, completando seu primeiro acordo de gás natural liquefeito [GNL] usando o yuan", observou Hult.
"Na verdade, na época a China mudou estrategicamente seu foco e decidiu se concentrar na estabilidade social, no crescimento sustentado e na manutenção do mercado chinês como atraente para o investimento, em vez de se focar apenas no crescimento sem precedentes a longo prazo", afirmou o especialista.
"Por um lado, isso reduzirá o poder do governo dos EUA, porque o dólar é uma moeda de reserva – os outros países dependerão menos do dólar. Por outro lado, a desdolarização significaria que o dólar cairia de seu nível artificialmente alto, tornando as exportações dos EUA mais competitivas e reduzindo o atual déficit comercial anual de US$ 1 trilhão [R$ 4,93 trilhões]. Isso é extremamente importante se os EUA quiserem competir efetivamente com a China em muitas indústrias avançadas", disse ele.
"Levará cerca de 30 anos para cair abaixo de 50%. Não há moeda substituta. O concorrente mais próximo é o euro com 19%, mas a utilização do euro fora da União Europeia é insignificante", acrescentou.
"Quando os países 'substituem' o yuan pelo dólar, eles simplesmente substituem uma forma de dólar por outra. Isso permanecerá verdadeiro até a liberalização da China", enfatizou Scissors.