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Brasil expressa apoio à proposta da China para o fim do conflito na Ucrânia

Durante a visita de Lula a Xi, os dois chefes de Estado mantiveram reunião em atmosfera calorosa e cordial. Intercambiaram percepções sobre as relações sino-brasileiras em todas as áreas de cooperação bilateral, bem como sobre temas internacionais e regionais de interesse comum chegando a amplos consensos, afirmou o Itamaraty.
Sputnik
Nesta sexta-feira (14), em declaração conjunta entre a República Federativa do Brasil e a República Popular da China, divulgada pelo Itamaraty, o Brasil expressou seu apoio à proposta chinesa para o cessar-fogo na Ucrânia a qual "oferece reflexões conducentes à busca de uma saída pacífica para a crise".
"As partes afirmam que diálogo e negociação são a única saída viável para a crise na Ucrânia e que todos os esforços conducentes à solução pacífica da crise devem ser encorajados e apoiados. O Brasil recebeu positivamente a proposta chinesa que oferece reflexões conducentes à busca de uma saída pacífica para a crise. A China recebeu positivamente os esforços do Brasil em prol da paz. As partes apelaram a que mais países desempenhem papel construtivo para a promoção da solução política da crise na Ucrânia. As partes decidiram manter os contatos sobre o assunto", diz o texto.
Ao mesmo tempo, no mesmo t a parte brasileira reiterou que "adere firmemente ao princípio de Uma Só China, e que o governo da República Popular da China é o único governo legal que representa toda a China, enquanto Taiwan é uma parte inseparável do território chinês".
"Ao reafirmar o princípio da integridade territorial dos Estados, [o Brasil] apoiou o desenvolvimento pacífico das relações entre os dois lados do Estreito de Taiwan. A parte chinesa manifestou o grande apreço a esse respeito."
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante encontro com o Presidente da Assembleia Popular Nacional da China, Zhao Leji no Grande Palácio do Povo, Pequim, China, 14 de abril de 2023
As partes também "reiteram o apoio à autoridade da ONU e ao seu papel central na manutenção da paz", mas defenderam uma reforma da instiuição e do Conselho de Segurança.
"[As partes] Reconheceram a necessidade de reformar a ONU e o seu Conselho de Segurança, com vistas a torná-los mais representativos e democráticos. Enfatizaram também o impulso das reformas necessárias e adequadas do Conselho de Segurança, para permitir um papel maior desempenhado pelos países em desenvolvimento."
O combate à fome, à miséria e a adoção de medidas para facilitar o acesso das populações de baixa renda à alimentação saudável também foram pauta das conversas e temas de acordo.

"[...] Diante do compromisso de ambos os países com a erradicação da fome e da miséria em nível global [...] neste aspecto, acordaram estreitar a cooperação bilateral no sentido de estabelecer um plano de trabalho conjunto para abordar temas relativos ao combate à fome e à pobreza e ao desenvolvimento rural, incluindo a cooperação em políticas e troca de experiências destinadas a aprimorar as transferências de renda, a inclusão socioeconômica e a sustentabilidade da produção de alimentos, seja por meio de cooperação técnica, maquinário adequado, ou por soluções de energia renovável adaptadas a pequenas propriedades rurais."

Sobre o BRICS, a China manifestou apoio para o Brasil no exercício da presidência do bloco em 2025. As duas partes "comprometeram-se com o contínuo aprofundamento da cooperação em todas as áreas no âmbito do BRICS [...] e apoiaram a promoção de discussões ativas entre os membros do BRICS sobre o processo de expansão".
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e a primeira-dama Janja Lula da Silva, durante Cerimônia de aposição de coroa de flores no Monumento aos Heróis do Povo, 14 de abril de 2023
Por fim, as partes reconheceram o pleno sucesso da visita do presidente Lula e o significado marcante dessa visita na história das relações Brasil-China.
Lula agradeceu a calorosa acolhida e a grande hospitalidade recebidas do presidente Xi Jinping e do governo e do povo chineses durante a visita à China e convidou Xi para realizar uma visita de Estado ao Brasil em data oportuna em 2024 para celebrar os 50 anos de relações diplomáticas entre Brasil e China.
O Presidente Xi Jinping agradeceu o convite com satisfação, e as partes tratarão o assunto pela via diplomática.
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